Durante a partida entre Grêmio e Santos
na noite de quinta-feira (29), em Porto Alegre, foi afastada do
trabalho no Centro Médico e Odontológico da Brigada Militar. Ela era
funcionária de uma empresa terceirizada e prestava serviços de auxiliar
de odontologia na clínica da polícia militar gaúcha.
A torcedora gremista flagrada pelas câmeras de transmissão de TV chamando o goleiro Aranha de "macaco"
Segundo a assessoria de imprensa da corporação, a torcedora foi
identificada ainda na noite de quinta-feira (28). O pedido de
afastamento partiu da própria direção do centro médico. De acordo com a
Brigada Militar, tanto a clínica quanto o comando da corporação repudiam
qualquer ato de violência de qualquer tipo de discriminação.
Nesta sexta-feira (29), o goleiro Aranha registrou um Boletim de Ocorrência (BO) em uma delegacia de Porto Alegre.
Segundo o delegado Herbert Ferreira, responsável pela 4ª DP, a Polícia
Civil foi até o hotel onde a delegação santista está hospedada e fez o
convite para o depoimento, que foi aceito pelo jogador.
O ato de racismo partiu da arquibancada posicionada atrás da meta
defendida pelo goleiro, e levou o camisa 1 do Santos a paralisar a
partida, aos 42 do segundo tempo, para reclamar ao árbitro Wilton
Pereira Sampaio. Apesar da denúncia, o árbitro não relatou o episódio na
súmula do jogo. O canal ESPN flagrou a torcedora gritando "macaco" em
direção ao goleiro, atitude que gerou grande revolta nas redes sociais.
Logo após o episódio na Arena do Grêmio, imagens da torcedora ofendendo
o goleiro santista começaram a circular pela internet. Criticada pelos
seus atos, a torcedora excluiu os perfis que mantinha em sites como
Facebook e Instagram.
A Polícia Civil gaúcha anunciou nesta sexta-feira (29) que também vai
investigar o caso no âmbito criminal. Segundo o chefe da Polícia Civil
do Rio Grande do Sul, Guilherme Wondracek, uma carta precatória será
enviada para Santos, em São Paulo, para que o goleiro Aranha possa fazer
a representação criminal denunciando o crime de injúria racial.
"O crime será investigado no âmbito criminal pelo delegado titular da
4ª DP, que cobre a área do estádio. Ele reunirá algumas provas, como as
imagens da televisão, e vai pedir ao Grêmio que envie imagens do
estádio, para que se possa identificar todos os possíveis autores",
afirmou Wondracek ao G1.