O
governador Eduardo Campos (PSB) disse, ontem, que só deixa o poder em 4
de abril, prazo final para o processo de desincompatibilização para
quem tem projeto de disputar um mandato eletivo nas eleições de 2014.
O
anúncio não causou nenhuma surpresa, até porque até as paredes do
Palácio das Princesas sabem que o governador não abre mão de um só dia
no cargo. Novidade seria se ele antecipasse a saída para se dedicar à
campanha presidencial, como chegou a ser especulado.
O
governador não deu, entretanto, nenhum sinal do seu candidato a
governador nem sequer do perfil, se prefere um técnico ou um político.
Ele vai continuar alimentando o mistério até o último dia do seu
mandato, porque não quer administrar um problema a mais até a sua saída
do Governo, no caso administrar a insatisfação daqueles que serão,
naturalmente, preteridos.
Este
é o grande problema, porque alguém deve sair resmungando. E muito! Como
vem de uma escola política invejável, a do seu avô Miguel Arraes, que
armava como ninguém as estratégias políticas, tendo sido um político
vencedor, um mito da esquerda, Eduardo sabe que a hora não é propícia
para formalizar o seu candidato.