terça-feira, 26 de novembro de 2013

Conselho Municipal de Defesa dos Direitos da Mulher sai em defesa de radialista ameaçada por vereador de Juazeiro


Recentemente em nossa cidade ocorreu um fato de agressão física contra uma mulher. Como tantos outros que acontecem em nosso país todos os dias, a cada minuto. Uma característica entretanto, distinguiu este evento dos demais. O episodio envolvia uma pessoa pública. O agressor é um político, um vereador, O Excelentíssimo Senhor Dalmir Pedra. Eleito com o voto de mulheres e homens de nossa cidade, acreditando estarem elegendo um cidadão que iria legislar em favor dos direitos da pessoa humana, além de exercer e exigir o cumprimento das leis, da ordem constitucional. O referido acontecimento foi veiculado pela radialista Sibelle Fonseca em seu programa Palavra de Mulher. A partir daí, gerou-se um incomodo por parte do agressor, que entrou no ar, no referido programa, explicitando sua “indignação” pelo fato de o assunto estar sendo tratado publicamente. O mesmo chegou a ser deselegante, arma comum à falta de argumentos àqueles que buscam justificar o que é injustificável. 
A jornalista tocou em algo que deveria no entender do pensamento machista estar resguardado, mantido entre as paredes do “lar doce lar”, expressão atualmente trincada pelo alto índice de conflitos domésticos que atingem nós mulheres e crianças.
Desde a promulgação da Lei Maria da Penha, que comemorou sete anos em 2013, o número de denúncias contra violência à mulher cresceu 600 % ( dados da Secretaria de Políticas Públicas para Mulheres). A elevação no número de relatos não significa essencialmente, um crescimento dos casos de violência, mas um aumento das denúncias, ou seja, as mulheres estariam se sentindo mais seguras para procurar ajuda. As estatísticas também mostram a quebra de um paradigma: de que apenas nas classes econômicas baixas ocorrem agressões contra a mulher.
 Há ainda uma mudança cultural importante acontecendo: tem aumentado a intolerância da população relacionada à violência contra a mulher. Cidadãos e cidadãs também estão cumprindo o dever, denunciando.
Diante do supracitado, nós membros do Conselho de Defesa dos Direitos da Mulher de Juazeiro, vimos a público parabenizar a radialista Sibelle Fonseca pela bravura e sendo de responsabilidade no cumprimento do seu dever, como mulher, como cidadã, como jornalista. Acreditamos que só ações corajosas, como estas, conduzirão a um rompido do ciclo histórico de “naturalização” com que é/era vista as agressões sofridas pelas mulheres brasileiras.
Queríamos ainda, expor nossa indignação, diante deste e dos demais fatos ocorridos em nossa cidade, em que mulheres têm sofrido agressões das mais diversas formas e nos mais diferentes graus de severidade. Por fim, Nós membros do CMDDM, constatamos com a disposição de combater, o grande aliado das recorrentes agressões contra nós mulheres: o silêncio.
Conselho Municipal de Defesa dos Direitos da Mulher - CMDDM