quinta-feira, 30 de maio de 2013

Gurgel chama de 'canalhice' fala de Protógenes contra sua mulher







O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, qualificou como “canalhice” a acusação feita pelo deputado federal Protógenes Queiroz (PCdoB-SP) de que sua mulher, a subprocuradora-geral Cláudia Sampaio, teria recebido R$ 280 mil do banqueiro Daniel Dantas. “A palavra mais gentil que eu posso encontrar para isso é canalhice”, afirmou Gurgel.

A acusação foi feita em palestra do deputado, em nove de maio, logo após Cláudia ter concluído parecer contra Protógenes. No parecer, a subprocuradora acolheu a informação de que o deputado teria conta bancária na Suíça e foram apreendidos R$ 280 mil em sua residência pela Polícia Federal.

Com base no parecer, o ministro José Antonio Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou a quebra do sigilo bancário, telefônico e fiscal de Protógenes. Na palestra, ele protestou contra o parecer e afirmou que vai pedir uma certidão para atestar que não houve a apreensão de dinheiro em sua residência.

Ao chegar ao STF para a sessão de julgamentos, Gurgel mostrou-se indignado com o deputado. “Na verdade, não dá para ficar discutindo ou batendo boca com uma pessoa que está sendo investigada, uma pessoa em relação a qual pesam suspeitas gravíssimas e que, curiosamente, fez essas afirmações logo depois de, num inquérito que tramita no STF, eu ter requerido uma série de diligências investigatórias”, disse o procurador-geral. “Parece que ele ficou extremamente preocupado com o que poderá ser o resultado dessas diligências requeridas e, então, reagiu dessa forma intolerável, inaceitável”, continuou.

Gurgel afirmou ainda que vai estudar se toma providências legais contra Protógenes. “Estou examinando. Nesse momento, não. Tenho seis meses para isso. Acho fundamental, nesse momento, preservar a possibilidade de continuar investigando os gravíssimos fatos que envolvem esse parlamentar”.

Como delegado da PF, Protógenes comandou a Operação Satiagraha, que investigou Dantas e o Opportunity. Todo o material que foi coletado ao longo da operação, deflagrada em julho de 2008, foi anulado pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ). A prisão de Dantas foi julgada ilegal pelo STF, em agosto de 2008, por nove votos a um.