SÃO PAULO/ BRASÍLIA - Quarenta e quatro anos depois que o regime de
exceção o capturou e ele foi obrigado a deixar o País, José Dirceu de
Oliveira e Silva está na iminência de ser condenado e corre o risco de
voltar à prisão, agora na vigência de democracia, onde instituições como
o Supremo Tribunal Federal funcionam sem a tutela do governo.
Daquela vez, em 1968, líder estudantil, foi aprisionado em Ibiúna,
nos arredores de São Paulo, e seguiu para o exílio no México, depois
para Cuba - trocado, ele e mais 13 companheiros da luta armada, pelo
embaixador americano Charles Burke Elbrick.
Aos 66 anos, Dirceu está no banco dos réus. Não é mais Carlos
Henrique Gouveia de Mello, nome que adotou na clandestinidade, e a
articulação que lhe atribuem agora é outra, a de mentor do mensalão,
maior escândalo do governo Lula.