Já era de se esperar que isso fosse acontecer. Diante de todas as comparações, inevitáveis, entre o governador da Bahia, Jaques Wagner, e o de Pernambuco, Eduardo Campos, os deputados que estiveram ontem com o chefe do Executivo daquele estado se mostraram impressionados com o trabalho de Campos e de como ele tem o controle de tudo, absolutamente tudo, que acontece em terras pernambucanas.
E antes que digam que a maioria dos deputados baianos que por lá esteve é da oposição a Wagner, é bom lembrar que dois deles, Capitão Tadeu (PSB) e Cacá Leão (PP), que são da base do governo, também estavam na comitiva. Leur Lomanto Jr (PMDB), Adolfo Viana (PSDB), Augusto Castro (PSDB), Bruno Reis (PRP), Elmar Nascimento (PR), Paulo Azi (DEM) e Sandro Régis (PR) completaram o grupo.
Qual o resultado de tudo isso? O que está na cara, que Pernambuco avança a passos largos enquanto a Bahia se deteriora. O que foi dito por lá é que o estado de Campos projeta ultrapassar o PIB da Bahia em 2020. Teve deputado governista que ficou boquiaberto com o trabalho realizado em Pernambuco, mas jurou de pé junto que se for questionado nega, afinal é preciso estar ao lado do companheiro Wagner. A visita ao Complexo Industrial e Portuário de Suape foi mais uma humilhação, conforme disse outro parlamentar.
A humilhação talvez se justifique no fato de o Porto Sul e a Ferrovia Oeste Leste caminharem a passos de tartaruga. Talvez se justifique no fato de Recife atrair eventos culturais como Paul McCartney, enquanto em Salvador a cultura agoniza. Talvez também se explique no fato de Pernambuco atrair investimentos de grande porte, como a fábrica da Fiat. Talvez também se explique no fato da Embasa aumentar a tarifa acima da inflação e em Pernambuco a Compesa praticar um reajuste bem menor do que aqui. Talvez se justifique por tantos outros fatos que é melhor parar por aqui, senão o texto nunca terá fim.
Eu até tentei encerrar o assunto, mas lembrei de mais uma coisa importantíssima. Talvez se justifique no fato de Pernambuco ter ministros, ter representatividade no governo Dilma. Lembram que Fernando Bezerra, ministro da Integração Nacional, é de Pernambuco e tem levado a maioria das verbas daquele ministério para sua terra natal?
