segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

PT lança Pelegrino. Wagner prega unidade

 Com o auditório do Hotel Fiesta lotado e com a presença de grandes expoentes do Partido dos Trabalhadores (PT), tais como o líder do governo no Congresso, deputado Cândido Vaccarezza; e o presidente nacional da sigla, deputado Rui Falcão; Nelson Pelegrino teve sua pré-candidatura a prefeito de Salvador em 2012 oficializada ontem.
 
Grande estrela do evento, o governador Jaques Wagner (PT) afirmou que Pelegrino está preparado e afirmou que o PT vai mesmo trabalhar para que o deputado seja o cabeça de uma possível chapa única entre os aliados. Wagner disse que pretende subir no palanque da “unidade” no primeiro turno do pleito.
 
O governador aproveitou para fazer um link com 2014. “Agora, vamos iniciar outra etapa. Precisamos estar fortes para eleger meu sucessor em 2014 e garantir a reeleição da presidenta Dilma. Queremos liderar o processo, como esperamos fazê-lo em Salvador, mas devemos ter humildade para apoiar outro aliado que estiver mais forte. É preciso ter humildade para entender que o projeto político é o mais importante”, disse Wagner. 
 
A candidatura de Nelson Pelegrino à Prefeitura de Salvador é apontada como uma prioridade nacional do PT. Quem garante é o próprio líder do partido. Com o já conhecido discurso petista em prol da unidade em torno do “projeto”, Cândido Vaccarezza afirmou que a proposta é reunir todos os partidos que fazem parte da base de sustentação do governo Dilma Rousseff, não apenas em Salvador, mas em todos os estados “onde for possível”. 
 
O prefeito de Camaçari, Luiz Caetano, também atestou a capacidade de Pelegrino para governar a capital baiana. “Ele tem experiência política em administração, está com vontade de governar e conhece Salvador”. 
 
O protagonista da festa procurou tomar cuidado para não menosprezar os aliados. “Certamente estão aqui no salão os comandos dos próximos mandatários desta cidade”. O petista também avaliou a atual situação de Salvador e utilizou de um entendimento do ex-presidente Lula para garantir que tem condição de comandar o Executivo municipal. “Na verdade, precisamos refundar nossa cidade. Existem três coisas que aprendi com o  presidente Lula e vou tentar executar se for eleito. Primeiro, tem que ter projeto. Não dá para improvisar na administração pública. 
 
Segundo, só governa bem quem tem equipe. E nós vamos recrutar o que há de melhor nos nossos quadros e entre nossos aliados. Terceiro, é preciso ter um maestro, um líder. Assim, me coloco aqui com a promessa de me impor enquanto autoridade para que os interesses do município estejam sempre acima dos interesses das empresas ou de quem quer que seja”.
 

PP e PDT são excluídos da festa

 
O evento lotou o auditório do hotel Fiesta com presença maciça de lideranças de diversos partidos da base de apoio ao governo estadual do PT. Compareceram até partidos que se postam como oposição e independentes, a exemplo do PTN, do PRP, do PPS, do PR e do PV. Dos que compactuam com o governador Jaques Wagner, estavam PSB, da senadora Lídice da Mata; o PCdoB, da também pré-candidata Alice Portugal. Por lá passaram ainda PRB, PSDC, PTB, PTdoB, PTC, PSL, PSD, PSC, e PRTB. No total, 16 legendas.
 
Mas chamou a atenção a falta de dois grupos de peso: o PP e o PDT. Toda a cúpula do Partido Progressista esteve ausente: o ministro das Cidades e presidente estadual da legenda, Mário Negromonte; o vice-líder e chefe da Casa Civil da Prefeitura, João Leão; e a promessa de ser uma das peças-chave da eleição do ano que vem, o prefeito de Salvador e presidente municipal do PP, João Henrique. O site Política Livre observou ainda que nenhum secretário municipal compareceu ao evento do PT. 
 
Por parte do PDT, o motivo foi conhecido pela Tribuna. O presidente estadual do partido, Alexandre Brust, disse em contato com a Tribuna que não foi convidado pelo PT nem pelo próprio Nelson Pelegrino. “Meu pai me disse quando eu era jovem que a gente não vai para festa quando não é convidado”, afirmou Brust. O nome dos pedetistas para disputar o Thomé de Souza em 2012 é o do deputado federal Marcos Medrado. 
 
Questionado sobre a possibilidade de o fato impor dificuldade num possível entendimento para chapa única, o presidente do PDT parafraseou o presidente da Assembleia Legislativa, deputado Marcelo Nilo. “Como bem disse Marcelo, o PT tem prioridade, mas não tem exclusividade”.