O senador Aécio Neves, que participou na noite de sexta do congresso da Juventude do PSDB, negou divergências entre ele e o ex-governador de São Paulo José Serra para definir qual deles será candidato a presidente em 2014. “Isso é muito mais uma pauta da imprensa. Não existe o PSDB do Aécio e o PSDB do Serra. Existe um só PSDB, que é do Aécio, do Serra, do Marconi Perillo, do Geraldo Alckmin, do Fernando Henrique Cardoso”, afirmou. Ele admitiu a pretensão de disputar a Presidência, mas repetiu que isso não é algo que se pleiteie, e sim “destino”.
Aécio retomou pela primeira vez desde 2010 o discurso de que o PSDB deve fazer prévias para escolher o presidenciável caso haja mais de um postulante. “Defendo que o PSDB faça uma consulta a mais ampla possível, que envolva todos os filiados”, afirmou. Os organizadores do evento demonstram uma grande preocupação de não deixar transparecer a polarização entre Serra e Aécio.
Várias vezes os militantes foram advertidos para não gritar palavras de ordem para um ou para outro. O grito de guerra “oficial” é em cima do muro: “A Juventude já decidiu/Quer um tucano presidente do Brasil”. Em Goiânia, Aécio disse ainda que o governo do PT deu aval às administrações de Fernando Henrique Cardoso ao manter a política econômica e o programa de privatizações.
Ao chegar ao Congresso da Juventude do PSDB, Aécio classificou de “literatura ruim” o livro “Privataria Tucana”, do jornalista Amaury Ribeiro, que acusa lideranças do partido de terem se beneficiado de propinas angariadas durante a privatização das teles e do sistema elétrico.
“A maior prova de que o processo foi correto é que o PT governa o país há nove anos e não reviu nenhuma privatização, não investigou nenhuma irregulariadade. Pelo contrário, agora o PT amplia as privatizações para os aeroportos”, afirmou. Ele fez críticas ao governo Dilma Rousseff, e repetiu a frase que tem usado em várias ocasiões, segundo a qual “neste governo o malfeito só é malfeito quando vira escândalo”.
Ele disse que Dilma apenas “reage” a denúncias da imprensa quando demite ministros acusados de irregularidades. “A faxina é apenas reativa”, afirmou. Questionado sobre os altos índices de aprovação de Dilma - que obteve 56% de aprovação na ultima pesquisa CNI/Ibope - disse que isso é normal no primeiro ano de mandato. “Respeito pessoalmente a presidente Dilma, mas isso não impede de apontar erros no seu governo”, afirmou o tucano, que ainda criticou o “loteamento” da máquina pública.