BRASÍLIA - Depois de muito impasse e manifestações dos servidores públicos, o plenário do Congresso Nacional aprovou, às 23h50 desta quinta-feira, o orçamento de 2012. A vontade do governo federal acabou prevalecendo e a peça orçamentária foi acatada sem contemplar os reajustes salariais dos servidores nem o pretendido aumento real dos benefícios das aposentadorias que estão acima do salário mínimo.
O orçamento total da União de 2012 prevê receitas de R$ 2,225 trilhões. Seu valor efetivo, retirando o refinanciamento da dívida pública (R$ 653 bilhões), é de R$ 1,572 trilhões.
Mas a aprovação do orçamento não foi nada fácil. Já pela manhã, os servidores públicos fizeram manifestação para tentar emplacar o reajuste salarial no orçamento. O barulho foi tanto que a reunião da Comissão Mista de Orçamento (CMO) foi transferida para outra sala e a entrada dos funcionários públicos proibida.
Durante a noite, o clima esquentou ainda mais e a expectativa era de a matéria não fosse apreciada. Resistente em incluir no texto do orçamento a possibilidade de negociação de reajuste dos aposentados, o deputado do PDT, Paulo Pereira da Silva, o Paulinho da Força Sindical, solicitou, por volta das 22 horas, a verificação de quórum em plenário.
Compromisso. Após acordo de líderes, Paulinho retirou o requerimento. Em troca, foi assumido o compromisso de que a presidente Dilma Rousseff responderá ainda hoje às cartas encaminhadas pelos representantes dos sindicatos dos aposentados.
Além disso, até fevereiro, será feito um debate para criação de uma proposta de valorização das aposentadorias acima de um salário mínimo. O deputado solicitou aos líderes do Congresso que seja aberta uma mesa de negociação de aumento salarial com os servidores públicos do Judiciário, Ministério Público da União e Magistratura.