O deputado federal Gonzaga Patriota (PSB) deu mais um sinal de que pode estar abrindo mão de uma nova candidatura a prefeito de Petrolina em prol da unidade. Embora garanta estar no páreo, o parlamentar admitiu ontem (21), durante um jantar de confraternização com representantes da imprensa, num restaurante do bairro Areia Branca, que a situação para 2012 é bem diferente daquela vista nas eleições passadas.
“Fui candidato em 2000, para reerguer o partido, depois em 2004 e 2008, com todas as dificuldades. Sou candidatíssimo (para 2012). Mas nas eleições anteriores, Eu tinha o livro de atas do PSB debaixo do braço. Aí eu poderia dizer ‘sou pré-candidato e vou fazer convenção se não quiserem que eu seja”, argumentou o socialista.
Gonzaga referiu-se ao fato de que não tem mais o poder que tinha dentro da legenda, já que após o desastre eleitoral ocorrido no pleito passado, quando os socialistas racharam e acabaram abrindo caminho para a vitória de Júlio Lóssio (PMDB), o presidente nacional do PSB, governador Eduardo Campos, acabou dissolvendo o diretório municipal.
O deputado deixou claro que não se trata de o partido descartar seu nome, desta vez. A questão é que o PSB – que integra a Frente Popular e a base da presidente Dilma Rousseff (PT) – também tenta um entendimento no Recife, onde o ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra Coelho, poderá encabeçar a majoritária para a prefeitura da capital pernambucana.
Neste caso, afirmou Gonzaga, os socialistas certamente lançariam mão de uma candidatura majoritária em Petrolina, tendendo a apoiar o deputado estadual Odacy Amorim, que ingressou recentemente no PT, após deixar o PSB, e é tido pelos petistas como pré-candidato natural do partido. “Como a gente vai querer candidatura no Recife com apoio da base, e não vai apoiar o candidato da base em Petrolina?”, ponderou.
Apoio irrestrito
Seguindo essa concepção, Gonzaga ressaltou que, mesmo o PSB local chegando a um consenso – o que estaria muito perto de acontecer, como já tinha dito o deputado Fernando Filho, o outro nome forte dos socialistas na disputa, além do secretário geral do partido, Ranilson Ramos – , falta ainda o PSB sentar-se à mesa de negociações com os demais aliados da Frente Popular. Além de Odacy, Gonzaga citou outros nomes, como a própria deputada Isabel Cristina, presidente municipal do PT.
Em mais uma demonstração de “maturidade” política, como ratificou em outras ocasiões, Gonzaga nem pensou para afirmar que dará apoio irrestrito a Fernando Filho, caso venha ser ele o candidato indicado pelos socialistas. “Vi Fernando Filho na barriga da mãe, e o vi crescer, tenho por ele um grande respeito, como tive durante todo a minha vida pública pelos Coelho em Petrolina”, finalizou.
