terça-feira, 10 de abril de 2018

Sem ACM Neto candidato, oposição vai lutar entre si para não terminar acéfala


por Fernando Duarte
Sem ACM Neto candidato, oposição vai lutar entre si para não terminar acéfala
Foto: Montagem/ Bahia Notícias
A ausência de ACM Neto (DEM) como candidato ao governo da Bahia em 2018 provocou, desde a última sexta-feira (6), uma batalha entre os principais partidos que compõem a oposição ao governador Rui Costa (PT). Em três dias, três legendas se apresentaram dispostas a encabeçar a chapa adversária do petista e, até o desenrolar da campanha, devem se engalfinhar para chegar a um consenso sob pena de assistir a um baile de Rui nas urnas. O primeiro a ser citado foi o ex-prefeito de Feira de Santana, José Ronaldo (DEM). Escolhido por ACM Neto para substituí-lo, Ronaldo enfrenta a rejeição do próprio grupo à decisão do prefeito de Salvador em não lançar seu nome na disputa. O ex-prefeito da Princesa do Sertão tem um nicho eleitoral bem delimitado na área de Feira e no último pleito que se lançou em âmbito estadual, em 2010, amargou a quarta posição na corrida pelo Senado. É pouco frente à visibilidade e à musculatura política do governador candidato à reeleição. Outro político apresentado, dessa vez pelo PSDB, foi o deputado federal João Gualberto, que preside a legenda na Bahia. Muito bem avaliado no período em que esteve no comando da prefeitura de Mata de São João – apesar de agora estar sendo alvo de inquérito no Supremo Tribunal Federal exatamente por essa época -, Gualberto está no primeiro mandato na Câmara e possui como grande trunfo o lastro financeiro para participar da disputa. No entanto, se dinheiro é um grande incentivador para campanha, isolado não ganha eleições. Além de DEM e PSDB, o PMDB resolveu fingir que não existe uma história recente a macular o partido na Bahia: o bunker de R$ 51 milhões que mantém o ex-ministro Geddel Vieira Lima na Papuda desde o mês de setembro. Apresentou o atual presidente do partido, João Santana, desvinculado de escândalos, para tentar se viabilizar como candidato a governador em 2018. Como lideranças do DEM e do PSDB já apresentaram objeções a uma coligação com o PMDB, Santana não chega a ter um potencial aglutinador entre os adversários de Rui. Já o caso de Ronaldo e Gualberto sinaliza uma consequência direta e imediata da desistência de ACM Neto em disputar o governo: esfacelada, a oposição vai lutar entre si para não terminar acéfala e sem um nome que, ao menos, possa provocar um debate eleitoral com o legado de 12 anos de comando do PT na Bahia. Este texto integra o comentário da RBN Digital, veiculado às 7h e às 12h30, e para os rádios Excelsior, Irecê Líder FM e Clube FM.