por Guilherme Ferreira / Ana Cely Lopes
Foto: Guilherme Ferreira / Bahia Notícias
O deputado federal José Carlos Aleluia (DEM) afirmou nesta quinta-feira (5) que a determinação da prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (leia aqui) é uma demonstração do funcionamento independente dos poderes no Brasil. "Os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) que foram indicados pelos ex-presidentes José Sarney e Fernando Henrique Cardoso votaram favoravelmente a Lula. Os que votaram contra a concessão do habeas corpus (HC) foram indicados por Lula e Dilma, como podem dizer que isso é política? A escolha dos ministros do STF é por indicação do presidente mediante a aprovação do Senado. Ontem tivemos 6x5, dos 6 votos que foram favoráveis à negação do HC, apenas um havia sido nomeado por Michel Temer, os outros cinco foram nomeados por Lula e Dilma", disse. Para ele, apesar de existirem recursos cabíveis, o caso trata-se de um presidente condenado em segunda instância por corrupção e lavagem de dinheiro. "O STF decidiu ontem que no caso específico de Lula vai manter a jurisprudência. Apesar de achar que a constituição não é clara em relação a isso e tende a reforçar que a prisão só deve ser feita após o trânsito em julgado, essa decisão não deve ser reformulada para atender apenas um indivíduo", disse Aleluia. Para ele, a prisão de Lula pode causar uma mudança significativa no cenário do pleito de 2018. "A Lei de Ficha Limpa é clara, tecnicamente ele está inelegível. Mas sabemos que o PT vai continuar trabalhando com ele como possibilidade. A sigla não tem plano B, mas vai ter que encontrar um", afirmou o deputado. Em sua opinião, a Jaques Wagner era um dos nomes cotados para o pleito presidencial caso Lula fique inelegível. "Mas, com os incidentes ocorridos em volta dele, acredito que ele não é mais uma opção, no meu entendimento. Fala-se também muito do ex-prefeito de São Paulo (Fernando Haddad) como possibilidade também", disse.