Diante do mal-estar causado pela ausência dos pedetistas no ato político do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, condenado e preso pela Operação Lava Jato, antes da rendição à Polícia Federal, o PDT tentará um gesto de aproximação com o PT na próxima quarta-feira.
O presidenciável Ciro Gomes, o presidente da sigla, Carlos Lupi, e o líder da bancada na Câmara, André Figueiredo, aguardam apenas a autorização da 12ª Vara Federal de Curitiba para visitar o petista na prisão na capital paranaense.
Para dirimir a repercussão negativa do distanciamento de Ciro no momento político mais delicado para os petistas, Ciro, Lupi e Figueiredo vão prestar “solidariedade humana” ao ex-presidente. Até o momento, os dirigentes têm se manifestado por meio de notas e entrevistas criticando a prisão do petista. “O PDT tem demonstrado a todo momento solidariedade. O PDT sempre foi parceiro dele”, disse Figueiredo, que também acumula o posto de vice-presidente da sigla.
Os pedetistas negam a intenção de pedir o apoio formal de Lula à candidatura de Ciro e dizem que seria “antiético” tratar de palanque eleitoral na situação em que o ex-presidente se encontra. “Nós fizemos gestos (ao PT) a vida toda”, reforçou Lupi.
Desde que Lula foi preso, o PT ainda não procurou o PDT de Ciro para discutir o cenário eleitoral. Sabendo que os petistas não têm condições de fazer qualquer movimentação sem a anuência de Lula, os pedetistas decidiram dar o primeiro passo em direção ao PT. A visita a Lula será na condição de “amigos” do ex-presidente.