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O empresário Joesley Batista afirmou, durante delação premiada à Procuradoria-Geral da República (PGR), que realizou pagamentos mensais na quantia de R$ 50 mil ao senador Aécio Neves (PSDB-MG), durante dois anos, por meio de uma rádio em que ele era sócio. Os pagamentos teriam sido solicitados diretamente por Aécio em um encontro no Rio, que teria destinação para "custeio mensal de suas despesas", de acordo com Joesley. À PGR, Joesley entregou 16 notas fiscais emitidas entre 2015 e 2017 pela Rádio Arco Íris, afiliada da Jovem Pan em Belo Horizonte, Minas Gerais. O relato está em um dos anexos da colaboração do empresário entregue à PGR em 31 de agosto do ano passado. Oficialmente, as notas fiscais são justificadas como "serviço de publicidade" destinado para "patrocínio do Jornal da Manhã", um dos programas da rádio. A JBR pagou à rádio R$ 864 mil. Aécio vendeu as cotas da rádio para sua irmã, Andrea Neves, por R$ 6,6 milhões em setembro de 2016. Joesley afirmou não ter conhecimento sobre prestação de serviços de publicidade à rádio, mas afirmou que a quantia era repassada mensalmente para manter bom relacionamento com Aécio, que tinha sido candidato à presidência em 2014 e poderia voltar em 2018. O último pagamento foi em junho de 2017, quando a delação da JBS já tinha vindo a público e a irmã de Aécio e o primo, Frederico Pacheco, já tinham sido presos.