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Prestes a ser preso novamente, o ex-ministro José Dirceu, em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo, afirmou que “não posso me render ao fato de que vou ser preso”. “Como a minha vida é o PT e o projeto que o Lula lidera, eu tenho que me preparar para continuar fazendo política”, disse. Ele teve seus recursos negados na quinta-feira (19) pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região e pode ser preso a qualquer momento por ordem do juiz Sergio Moro. Por seus próprios cálculos, ele pode entrar na cadeia para não sair nunca mais. "É uma hipótese. Não muda nada. Preso ou aqui fora, vou fazer tudo o que eu fazia: ler, estudar e fazer política. Eu tenho que cumprir a pena. Eu não posso brigar com a cadeia. O preso que briga com a cadeia cai em depressão, começa a tomar remédio”, contou. Sobre o ex-presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha (PMDB), ele disse que é “muito disciplinado”. “Dedica uma parte do tempo para ler a Bíblia, frequenta o culto. Conhece a Bíblia profundamente. E em outra parte do tempo se dedica a ler os processos. É uma convivência normal. Vamos limpar os banheiros? Vamos. Vamos lavar os corrimões? Vamos”, contou. O ex-ministro falou também sobre a convivência com o empresário Marcelo Odebrecht. “Ele ficava sozinho numa cela. É afável, educado. Mas tem uma vida muito própria. Faz ginástica oito, dez horas por dia. Então não convive, né? Todo mundo sabia que ele era assim e todo mundo respeitava”, disse. Para ele, Lula fez o que tinha que fazer. “Aquela resistência simbólica foi necessária. E nós ganhamos essa batalha política e midiática”, disse, sobre a prisão do ex-presidente.