A operação Skala da Polícia Federal que prendeu amigos próximos do presidente Michel Temer – o advogado José Yunes, ex-ministro Wagner Rossi e o coronel aposentado João Batista Lima – caiu com uma bomba no Palácio do Planalto.
Auxiliares mais próximos de Temer não escondem a perplexidade com as prisões. E já reconhecem que isso terá forte impacto nos planos do governo de criar uma agenda positiva para lançar a candidatura de Temer à reeleição.
“A Polícia Federal prendeu o círculo mais próximo de Temer. É uma tentativa de emparedar o presidente”, disse ao Blog um auxiliar próximo.
A operação pegou o Palácio do Planalto de surpresa na véspera do feriado da Páscoa. Mas de forma reservada, a avaliação é que as prisões têm efeito explosivo.
O grande temor no Planalto é que o avanço dessa investigação possa culminar com uma nova denúncia contra Temer, o que paralisaria em definitivo o governo.
Há o reconhecimento interno de que o presidente Michel Temer já está esvaziado e que, por isso, uma nova denúncia deixaria o governo completamente refém dos aliados.
O reflexo imediato será a paralisia da pauta econômica no Congresso Nacional. E a dificuldade para concluir a reforma ministerial.
“A lógica do governo era cobrar fidelidade dos partidos. Só manteria ministério a legenda que apoiasse o Temer. Agora, a lógica se inverteu. O que está em jogo é a sobrevivência do Temer”, disse ao Blog do Camarotti um aliado.