Foto: Leonardo Prado / Câmara dos Deputados
O deputado federal Paulo Maluf (PP-SP) ainda espera poder cumprir
sua pena em prisão domiciliar. Detido no Complexo Penitenciário da
Papuda, em Brasília, desde dezembro do último ano, o parlamentar repetiu
o argumento da sua defesa no sentido de que ele não pode ficar na
cadeia por questões de saúde e reforça que seus advogados ainda vão
provar sua inocência. Segundo a colunista da Folha de S. Paulo, Mônica
Bergamo, que entrevistou Maluf de dentro da cela que o parlamentar
divide na Papuda, ele demonstra limitações físicas e apresenta
fragilidade. "Querem que eu cumpra pena? Tudo bem. Mas eu posso cumprir
em São Paulo, perto da minha família. Eu posso cumprir na minha casa. Eu
sou o único preso aqui que tem 86 anos. E cumprindo regime fechado! O
único!", disse Maluf à jornalista. A Justiça, no entanto, já negou mais
de um pedido dos advogados de Maluf para que o deputado cumpra a pena em
regime domiciliar. "Eu tive câncer de próstata. Eu sou cardíaco. Tomo
15 remédios por dia", relatou. Por outro lado, Maluf demonstrou
confiança no trabalho da sua defesa. "Meus advogados vão conseguir
provar que sou inocente", disse. Segundo a jornalista Mônica Bergamo, o
banheiro da cela precisou ser adaptado para receber o deputado. Foi
instalada, por exemplo, barras para ele se segurar durante o banho.
Durante a entrevista, Maluf se emocionou e chorou ao lembrar da mulher e
da família. "Eu sinto falta da Sylvia, sabe? Ela sorriu comigo, ela
chorou comigo a vida inteira. Ela vai fazer 83 anos no dia 12 de abril. E
no dia 23 nós fazemos 63 anos de casados", declarou. Maluf foi
condenado em maio do último ano a 7 anos, 9 meses e 10 dias de prisão
por desvios de dinheiro na prefeitura de São Paulo, mas apenas em
dezembro o ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF),
determinou o cumprimento imediato da pena.