O relator do projeto de lei da privatização da Eletrobras na Câmara dos Deputados, José Carlos Aleluia (DEM-BA), afirmou hoje (21) que "não terá dificuldade nenhuma" em submeter a matéria à aprovação ao plenário, caso seja demorada a fase preliminar de tramitação, que é de análise.
Ao participar do seminário Setor Elétrico: Enfrentando os desafios, na sede da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Aleluia adiantou a jornalistas que pretende apresentar seu relatório em 17 de abril.
Em meados de fevereiro, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), designou uma comissão para apreciar o assunto, presidida pelo parlamentar Hugo Motta (MDB-PB).
Também presente ao seminário, o ministro de Minas e Energia, Fernando Coelho Filho, explicou como será a privatização da Eletrobras. "Estamos privatizando através de uma capitalização. Nós não estamos vendendo sequer um papel da empresa. Estamos diluindo o capital da União", afirmou o ministro.
Fernando Coelho ressaltou que, para ele, os problemas da estatal são provenientes de equívocos cometidos em 2017.
O presidente da Eletrobras, Wilson Ferreira Júnior, por sua vez, disse que, para deslindar a ação coletiva formalizada nos Estados Unidos por investidores que se sentiram lesados diante de irregularidades na empresa, há chances de a estatal firmar um acordo com a Justiça, nos moldes daquele selado pela Petrobras. Ele observou, porém, que são casos diferentes e que talvez nem mesmo se possa comparar um ao outro. "Nós não estamos na mesma condição que a Petrobras. Certamente, não", afirmou, acrescentando que não se encontra "sob a mesma pressão".