Foto: Leonardo Duarte / Secom-ES
O diretor-geral da Polícia Federal, Fernando Segovia, retirou a
indicação do delegado Felício Laterça para o cargo de superintendente
regional do Rio de Janeiro. A decisão de Segovia foi tomada após uma
conversa por telefone entre os dois delegados em que o próprio Laterça
teria desistido de assumir o cargo de chefia no Estado. Laterça é alvo
de uma investigação do Ministério Público Federal sobre sua suposta
ligação com políticos do Rio. O caso estaria relacionado ao aluguel,
pela prefeitura, do imóvel onde fica a delegacia de Macaé, no interior
fluminense. Laterça nega qualquer participação em irregularidades. O
delegado é filiado ao Partido Social Cristão (PSC) e um de seus irmãos
era funcionário de um deputado estadual na Assembleia Legislativa do
Estado do Rio de Janeiro. A nomeação de Laterça se tornou inviável
depois que o Ministério Público Federal instaurou um procedimento para
apurar a indicação do delegado. Caso fosse nomeado, ele ficaria
responsável por comandar as grandes investigações em andamento no
Estado, como os desdobramentos da Lava Jato - as operações Calicute,
Eficiência, Mascate, entre outras - além das ações que miram no combate
ao tráfico de drogas. No procedimento instaurado, também enviado ao
diretor-geral da PF, o Ministério Público Federal questionou se a
corporação investigava internamente a conduta do delegado e se os
princípios da moralidade, impessoalidade e interesse público haviam sido
levados em conta pelo comando da PF ao realizar a indicação. Procurada,
a Polícia Federal não havia se manifestado até a conclusão desta
edição.