Foto: Agência Brasil
O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, lançou neste
sábado (24), no Rio de Janeiro, para prefeitos, secretários e políticos
do Estado, o Observatório Legislativo da Intervenção Federal da
Segurança Pública do Estado do Rio. A ideia é acompanhar de perto a
intervenção decretada no dia 16 de fevereiro, dando transparência aos
dados que serão produzidos pelo Exército, como prisões e operações, e
acompanhando o orçamento destinado. "O planejamento (da intervenção)
ainda está sendo elaborado. Queremos que saia o mais rápido possível,
porque não podemos ficar nesse limbo, de ter a intervenção, mas não ter o
planejamento", disse Maia ao encerrar o evento que lotou o auditório de
um hotel na zona sul do Rio. Perguntado se a ação realizada pelo
Exército na sexta-feira, 23, de fotografar e fichar os moradores de três
favelas do Rio, não seria um abuso contra os direitos humanos, Maia se
esquivou dizendo que "é muito perigoso criticar a operação no seu
início", mas afirmou que assim que o Observatório for instalado, na
próxima quinta-feira (1º de março), as ações da intervenção serão
analisadas e se tiver havido abuso, "a denúncia será encaminhada para
órgãos competentes". Ele afirmou que o Estado "não está sofrendo um
momento de restrição de direitos" e que a população "acha positiva a
intervenção". "Não é ele (Estado) que impede o direito de ir e vir delas
(pessoas), é o tráfico", concluiu. Mais cedo, a deputada Jandira
Feghali (PCdoB) afirmou que políticos fluminenses vão formar também uma
Comissão Externa para fiscalizar a intervenção, e criticou o
comportamento do Exército até o momento. "Não tem planejamento, o
decreto (da intervenção) é um cheque em branco para as Forças Armadas,
vamos acompanhar e denunciar qualquer abuso", disse a
jornalistas. Rodrigo Maia não soube informar quantas pessoas formarão o
Observatório, mas garantiu que será composto apenas por servidores
federais, que ficarão sediados no Rio de Janeiro. Além da fiscalização
da intervenção, o observatório vai acompanhar também a situação da
educação e da saúde do Rio, para diagnosticar como esses setores podem
melhorar, evitando que o "jovem vá para o tráfico", nas palavras de
Maia.