Fachin manteve Lula perto da cadeia e distante da urna
Josias de Souza
A
Quarta-feira de Cinzas chegou mais cedo para Lula. O condenado do PT
paga o preço por ter sambado sobre os processos da Lava Jato, entoando
um samba-enredo sem nexo. Lula e seus advogados confundiram defesa
técnica com lero-lero político. Esse tipo de tática é ótima para animar
palanques. Mas vem se revelando inútil nos tribunais. Ao negar a liminar
pedida pela defesa, o ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal
Federal, manteve Lula perto da cadeia e distante da urna.
Considerando-se
os aspectos técnicos, a defesa de Lula portou-se como se estivesse
desesperada. Pediu ao STF um habeas corpus preventivo para tentar
impedir a prisão de Lula. Ora, esse mesmo pedido já tinha sido feito no
STJ, que negou a liminar, mas não julgou o mérito. E há uma súmula do
Supremo que impede seus ministros de tomarem conhecimento de processos
que ainda estão pendentes de julgamento em outro tribunal superior.
A
defesa de Lula alegou que a eventual prisão do pajé do PT ''terá
inevitáveis desdobramentos no processo democrático do país.'' Ora, Lula
foi condenado em 2ª instância por corrupção. De duas uma: ou pune-se o
condenado ou desmoraliza-se o Judiciário. Dias atrás, a ministra Cármen
Lúcia disse que mudar a regra da prisão agora seria “apequenar” o
Supremo. Ao negar a liminar pedida por Lula, Fachin enviou o julgamento
do mérito para o plenário do tribunal. Logo saberemos qual é o tamanho
da Suprema Corte brasileira.