quarta-feira, 28 de fevereiro de 2018

Bens de R$ 11 mi de Dirceu vão a leilão em abril



Quatro imóveis, no valor global de R$ 11.050.375,00, do ex-ministro José Dirceu (Casa Civil/Governo Lula), vão a leilão no dia 26 de abril. Segundo o edital, os bens serão vendidos ‘no estado em que se encontram, de forma individual’ e os lances poderão ser ofertados pela internet.
“O leilão será realizado no dia 26 de abril de 2018, a partir das 14 horas e, caso não haja arrematação do (s) bem (ns), haverá uma segunda praça, no dia 4 de maio de 2018, a partir das 14 horas”, informa o edital.
O juiz Sérgio Moro mandou alienar os imóveis para leilão em janeiro. Na ocasião, o magistrado apontou que ‘nenhum dos imóveis é utilizado atualmente como moradia’ por Dirceu e que havia ‘inequívoco risco de esvaziamento do confisco’.
Serão leiloados o imóvel sede da JD Assessoria, empresa de consultoria do ex-ministro, em São Paulo, no valor de R$ 6 milhões, um imóvel em nome da filha de Dirceu, também na capital paulista, avaliado em R$ 750.375,00, uma chácara em Vinhedo, interior paulista, de R$ 1,8 milhão, e uma casa em Passa Quatro – cidade onde morava a mãe do petista –, em Minas Gerais, de R$ 2,5 milhões.
Não primeiro leilão o valor mínimo de cada unidade será o da avaliação judicial. Caso haja um novo leilão, o valor mínimo para a venda ‘corresponderá a 80% do valor da avaliação judicial’.
“Não será de responsabilidade do arrematante o pagamento de débitos fiscais e tributários incidentes sobre o (s) imóvel (is) arrematado (s) (art. 130, CTN), lançados até a data da arrematação. Fica, todavia, responsável pelo pagamento dos débitos de outra natureza, tais como condomínio, fornecimento, energia elétrica e gás, cujos valores serão apurados e juntados aos autos pelo leiloeiro para ciência do (s) arrematante (s)”, determina o edital.
Em novembro do ano passado, a defesa de Dirceu informou dois imóveis tinham dívidas de IPTU e condomínio em atraso. Os advogados relataram à Justiça que as dívidas da casa de Passa Quatro estavam ‘longe de comprometer os imóveis’ e afirmaram que o petista usaria a aposentadoria da Câmara – de R$ 10 mil – para quitar as dívidas ‘o quanto antes’.
O petista foi preso em agosto de 2015 na Operação Pixuleco, 17.ª fase da Lava Jato. O ex-ministro ganhou liberdade em maio do ano passado, por decisão do Supremo Tribunal Federal.
Dirceu foi condenado por Moro em duas ações penais a 32 anos e 1 mês de prisão – 20 anos e 10 meses em um processo e 11 anos e 3 meses em outro. Em setembro do ano passado, o Tribunal Regional Federal da 4.ª Região (TRF4) – a Corte de apelação da Lava Jato – julgou a primeira ação que condenou Dirceu e aumentou a pena de 20 anos e 10 meses para 30 anos, 9 meses e 10 dias por corrupção passiva, pertinência a organização criminosa e lavagem de dinheiro.
Após a decisão da 2.ª instância, o ex-ministro entrou com embargos de declaração. O recurso foi negado em novembro. O Tribunal da Lava Jato está analisando embargos infringentes do petista.