Foto: Elias Dantas/ Ag. Haack/ Bahia Notícias
O prazo para que o prefeito de Salvador, ACM Neto (DEM),
chegue a uma decisão final sobre o futuro político dele começa a ficar
exíguo. O gestor é apontado como o único nome da oposição para concorrer
ao governo da Bahia em 2018 e tem a data-limite de 7 de abril para se
desincompatibilizar do cargo caso queira participar do pleito como
candidato. No Carnaval, ACM Neto admitiu que vai encurtar o tempo para
anúncio: a previsão inicial dele é tentar uma conclusão do processo até
15 de março, antes da série de inaugurações prometida para o aniversário
de Salvador. São muitas variáveis que o prefeito está a analisar. E os
riscos de uma candidatura no próximo mês de outubro são maiores do que
um eventual adiamento da tentativa de chegar ao governo para 2022. Uma
das dificuldades é controlar a ansiedade dos aliados. A oposição precisa
de uma candidatura competitiva para tentar manter ou até ampliar a
bancada na Assembleia Legislativa da Bahia e também na Câmara dos
Deputados. O gestor da capital baiana seria a “menina dos olhos” desse
grupo, tão interessado na presença do ACM Neto na disputa pela Bahia
quanto o vice-prefeito, Bruno Reis (PMDB), que assumiria o comando de
Salvador com a eventual renúncia do aliado. A matemática não é fácil.
Até mesmo a virtual candidatura de Rodrigo Maia à presidência da
República teria influência sobre a possibilidade de ACM Neto ser
candidato ao governo, pois o presidente da Câmara necessita de um
palanque razoável caso queira se aventurar em terras baianas. São
interesses externos demais para um gestor até o momento bem sucedido e
que pode colocar sob risco desnecessário o futuro político nos próximos
anos. Por enquanto, o prefeito não parece extremamente confortável com a
possibilidade de renúncia. Ainda assim, a condição de exímio
estrategista pode estar criando uma cortina de fumaça para mitigar
desgastes com os quase 74% de eleitores que o reconduziram ao cargo. Na
atual toada, começam a circular rumores mais fortes de que o plano B de
ACM Neto estaria sendo traçado. O prefeito de Feira de Santana, José
Ronaldo, e o vice-prefeito, Bruno Reis, seriam as principais apostas.
Dos dois, apenas o gestor da Princesa do Sertão é um nome certo na
disputa de 2018, seja na condição de candidato ao governo ou ao Senado.
Já Bruno Reis continua sendo uma carta na manga do prefeito. Até 15 de
março, essas são algumas das contas que ACM Neto vai fazer. E férias de
dois anos não deixam de ser uma opção atrativa para quem ainda tem uma
carreira pela frente. Afinal, como o próprio prefeito costuma dizer: a
próxima eleição não necessariamente será a última.