Foto: Nelson Jr. / STF
O diretor-geral da Polícia Federal (PF), Fernando Segovia e o
delegado da PF Rubens Maleiner se encontraram com a ministra Cármen
Lúcia, presidente do Supremo Tribunal Federal, na manhã desta
quarta-feira (10) por cerca de uma hora e meia para apresentar o
andamento da investigação sobre o acidente aéreo que matou o ministro
Teori Zavascki e outras quatro pessoas, em janeiro de 2017. Após a
reunião, Maleiner, que preside o inquérito sobre o acidente, afirmou
que, embora a investigação ainda não esteja concluída, já se pode
afirmar que não houve qualquer ato intencional que tenha provocado a
queda da aeronave, descartando as hipóteses de sabotagem no avião que
levava o então ministro relator da Lava Jato. O delegado acrescentou que
a apuração está em estágio bastante avançado. "A possibilidade de um
ato intencional contra aquele voo foi bastante explorada, em diversos
exames periciais, e nenhum elemento nesse sentido foi encontrado", disse
o delegado. Para fechar a conclusão da causa do acidente, Maleiner
afirmou que são necessárias mais algumas perícias. "Existe um conjunto
de fatores que podem ter levado àquele desfecho, que dizem respeito a
condições meteorológicas, trajetórias e alturas desempenhadas pelo
piloto naquela tentativa de aproximação para Paraty, e a condição de voo
pelo visual e pela questão instrumental", completou. Quando perguntado
se a hipótese mais provável para a queda seria a de falha humana, o
delegado apenas afirmou "estamos avançando". O jornal O Estado de S.
Paulo adiantou essas conclusões e noticiou na terça-feira, 9, que, de
acordo com as investigações, não foram encontrados vestígios de qualquer
falha que pudesse ter sido evitada antes da decolagem da aeronave.
Também não foi possível encontrar nenhum vestígio de explosivos ou
produtos químicos que pudessem causar incêndio dentro do avião. Desde o
dia da queda, os motivos do acidente são investigados pelo Centro de
Investigação e Prevenção de Acidentes da Aeronáutica (Cenipa) e pela PF
de Angra dos Reis. Além de periciar destroços da aeronave e gravações
das conversas entre piloto e torre de controle, o inquérito realizou
exames nos corpos do piloto, do ministro e das outras vítimas para
descartar qualquer tipo de anormalidade que possa ter causado o
acidente. Maleiner explicou nesta quarta que as duas linhas de
investigações tendem a ser independentes "ao máximo". "A Cenipa tem fins
exclusivamente preventivos, já a da PF tem um fim de elucidação do fato
para investigar eventuais condutas de pessoas que possam ser apontadas
como responsáveis por aquele resultado", disse. A aeronave prefixo
PR-SOM, modelo Hawker Beechcraft King Air C90, decolou às 13h01 do Campo
de Marte, em São Paulo, e a Marinha foi informada da queda às 13h45. O
avião caiu perto da Ilha Rasa, em Paraty (RJ), a 2 km da cabeceira da
pista do aeroporto onde pousaria. Além do ministro Teori, morreram no
acidente o empresário Carlos Alberto Filgueiras, dono da avião, o piloto
Osmar Rodrigues, a massoterapeuta Maíra Panas e sua mãe, Maria Hilda
Panas Helatczuk.