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O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva comunicou a dirigentes
do PT que vai comparecer ao julgamento que pode torná-lo inelegível, no
Tribunal Regional da 4ª Região (TRF-4), dia 24, em Porto Alegre (RS). A
direção do partido já prepara um grande ato de recepção ao ex-presidente
no próprio dia 24, na volta a São Paulo. No dia seguinte a Executiva
Nacional do PT faz uma reunião ampliada para reafirmar a candidatura do
ex-presidente, seja qual for o resultado do julgamento. Lula foi
condenado, em primeira instância, a 9 anos e 6 meses de prisão por
corrupção passiva e lavagem de dinheiro, no caso do triplex do Guarujá
(SP). Se a condenação for confirmada, o ex-presidente pode ser impedido
de disputar a eleição presidencial. Oficialmente, a assessoria do
Instituto Lula não confirma que o ex-presidente vá acompanhar o
julgamento em Porto Alegre. Segundo o instituto, a defesa do petista
solicitou ao TRF-4 que o ex-presidente seja ouvido durante o julgamento,
mas o pedido ainda não foi apreciado pelos desembargadores do
tribunal. A expectativa de Lula é que o pedido seja acatado. Caso
contrário o ex-presidente disse a petistas que pretende ir mesmo assim
para Porto Alegre. Ele deve chegar à capital gaúcha no dia 22 ou 23 e
participar das manifestações preparadas pelo PT. O ato de recepção em
São Paulo deve ser o ponto alto das mobilizações organizadas pelo PT e
movimentos sociais que defendem o direito de o ex-presidente ser
candidato. Além da recepção, o PT prepara uma onda de eventos que começa
no dia 13, com um "dia nacional de mobilização" e vai até o dia
seguinte ao julgamento. Lula lidera as pesquisas de intenção de voto
para a Presidência da República em 2018. No dia 23, a presidente cassada
Dilma Rousseff vai participar da abertura de uma vigília no Parque
Harmonia, em frente ao TFR-4. Cerca de duas semanas atrás, a Justiça
Federal em Porto Alegre decidiu proibir um acampamento que o Movimento
dos Sem Terra (MST) pretendia fazer no parque, mas liberou o local para
manifestações, com preferência para os grupos que apoiam o
ex-presidente. O MST negocia com as autoridades da capital gaúcha outro
local para o acampamento. No dia 22, um grupo de advogados brasileiros e
estrangeiros vai participar de um debate público sobre o processo. De
acordo com o ex-ministro da Saúde Alexandre Padilha, vice-presidente do
PT e coordenador das mobilizações em defesa do ex-presidente, o Fórum
Social Mundial promete fazer um ato no dia 23, com a presença de líderes
e entidades de esquerda de vários países. Além disso, o PT e suas
lideranças têm difundido nas redes sociais o manifesto "Eleição Sem Lula
é Fraude", escrito pelo ex-chanceler Celso Amorim. Com versões em
português, inglês, espanhol, francês e árabe, o documento já recebeu
mais de 80 mil assinaturas, entre elas a do linguista e filósofo
norte-americano Noam Chomsky e dos possíveis rivais de Lula na eleição
presidencial Guilherme Boulos e Manuela DÁvila (PC do B).