Juristas
das mais diversas tendências, estrategistas políticos, acusadores e
defensores que nos perdoem, mas só falta uma semana para que o Tribunal
Regional Federal examine o apelo de Lula contra sua condenação em
primeira instância. O que se sabe é que as questões que importam não
devem ser resolvidas. Muito barulho por nada: mesmo que, dia 24, Lula
perca por unanimidade, 3x0, não será preso (quem diz é o presidente do
TRF-4, desembargador Thompson Flores). E pode ser que a Lei da Ficha
Limpa, segundo a qual réus condenados em segunda instância por um
colegiado não podem ser candidatos, por algum motivo deixe de ser
aplicada. Conforme a tendência política do jurista consultado, a lei é
clara ou tem muitas brechas, abrindo campo para recursos mil. Em resumo,
pode sair uma sentença com a qual ou sem a qual a eleição continua tal e
qual.
Lula,
sem dúvida, sai vitorioso: ao contrário do que muitos imaginavam,
abre-se a possibilidade de arrastar a candidatura até a eleição, ou pelo
menos perto o suficiente para que ele se apresente como vítima e lance
um poste para herdar seus votos. Se for preso, melhor: vira mártir. Nem
precisa atacar a Justiça, pois tem quem faça isso por ele. Como Gleisi
Hoffmann, que disse que para prender Lula será preciso matar gente. Logo
se desculpou, mas é o que pensa. E já se sabe que, para muitos, a
Justiça só é justa quando é favorável a Lula. Teremos um ano bem quente.