domingo, 21 de janeiro de 2018

Agora, vamos andar para a frente, diz Jefferson


Ida da deputada Cristiane Brasil para Ministério do Trabalho foi barrada por uma decisão da Justiça, que caiu neste sábado. Expectativa é que ela assuma na segunda-feira (22) pela manhã.

Fernanda Calgaro, G1, Brasília
O ex-deputado Roberto Jefferson, presidente nacional do PTB, no dia em que anunciou para a imprensa que Cristiane Brasil havia sido escolhida pelo presiente Michel Temer para o ministério (Foto: Guilherme Mazui / G1)Após o Superior Tribunal de Justiça (STJ) liberar a posse da deputada Cristiane Brasil (PTB-RJ) no Ministério do Trabalho, o presidente nacional do PTB, Roberto Jefferson, disse neste sábado (20) ao G1 que "não se faz política no retrovisor" e que agora é hora de "olhar para a frente".
Cristiane Brasil, filha de Jefferson, foi indicada pelo partido para a assumir a pasta, mas teve a posse barrada por uma decisão da Justiça nas instâncias inferiores. Depois de o governo passar aguns dias tentando liberar a posse da nova ministra, o caso chegou ao STJ.
"Agora, vamos andar para a frente, o que está para trás ficou para trás. Não se faz política no retrovisor, se faz olhando para a frente. Vamos olhar para a frente", afirmou Jefferson, que denunciou o escândalo do mensalão e acabou condenado por envolvimento no esquema. Ele já cumpriu a pena e está em liberdade.
Jefferson confirmou que a posse está prevista para a manhã de segunda-feira (22) e defendeu que seja uma "coisa bem simples".
"Tem que ser uma coisa bem simples, ela, o presidente e o ministro Padilha. Ela assina [o termo de posse], atravessa a rua e vai trabalhar para o ministério, começar a arregaçar a manga", disse.
Ele contou que Cristiane está em Paraty, no litoral fluminense, e que já se preparava para retornar a Brasília para assumir a pasta na segunda.
"Ela está vendo um jeito de sair de Paraty para viajar para Brasília para se preparar para tomar posse segunda de manhã", disse.
Desde que o governo federal anunciou a escolha da deputada pelo presidente Michel Temer, a parlamentar ficou sob os holofotes da imprensa, especialmente por conta de uma condenação em processo trabalhista.
A posse estava prevista inicialmente para o dia 9 de janeiro, mas acabou suspensa na véspera por uma decisão do juiz Leonardo da Costa Couceiro, da 4ª Vara Federal Criminal de Niterói.
O juiz atendeu a uma ação popular apresentada após o G1 revelar que Cristiane Brasil foi condenada a pagar R$ 60 mil por dívidas trabalhistas com dois ex-motoristas.
Desde então, a Advocacia-Geral da União apresentou diversos recursos para assegurar a posse argumentando que a sua suspensão representava uma interferência do Judiciário em uma função que compete ao presidente da República.
Jefferson minimizou o desgaste nesse meio tempo e disse que, com a decisão do STJ, isso "já ficou no passado". "Isso é passado, já ficou no passado. Não há mal que sempre dure. A coisa começa a ser reconstruída", declarou.