Foto: Geraldo Bubniak / O Globo
O economista Carlos Emanuel Miranda, apontado como o responsável
por “gerenciar” a propina atribuída ao ex-governador Sérgio Cabral
(PMDB), firmou delação premiada com o Ministério Público Federal. De
acordo com a Folha de S. Paulo, o acordo foi homologado no Supremo
Tribunal Federal (STF), o que indica o envolvimento de deputado federal
ou senador. A colaboração foi divulgada nesta quinta-feira (7) durante
interrogatório na Justiça Federal sobre a Operação Ratatouille. Miranda é
reu em 14 das 16 ações penais contra o peemedebista. Ele confirmou que
ele, Cabral e o ex-secretário Wilson Carlos eram os donos dos cerca de
US$ 100 milhões devolvidos pelos doleiros Renato e Marcelo Chebar. O
economista afirmou ainda que o empresário Arthur César de Menezes
Soares, ex-dono da Facility, era o responsável por arrecadar a propina
junto a fornecedores de mão-de-obra, alimentação e limpeza do Estado.
Segundo Miranda, esse repasse girava em torno de R$ 500 mil por mês. O
ex-assessor, assim como Cabral, já foi condenado em três processos. Ele
soma pena de 47 anos de reclusão. Miranda declarou que, apesar de ter
firmado delação, não teme permanecer na cadeia pública José Frederico
Marques, em Benfica, onde está Cabral.