Folha de S.Paulo – Felipe Bachtold
Perícias e questionamentos vão adiar para 2018 a segunda sentença do juiz Sergio Moro sobre o ex-presidente Lula na Lava Jato.
O
trâmite da ação penal em que o petista é acusado de receber propina da
Odebrecht por meio da compra de um terreno para o Instituto Lula atrasou
com uma discussão sobre a autenticidade de recibos de aluguel apresentados pela defesa e com pedidos de análise de materiais da delação da empreiteira.
Lula foi ouvido por Moro
nesse processo no dia 13 de setembro. A fase de audiências com os réus
foi finalizada uma semana depois. Em outros casos da Lava Jato, após o
fim dessa etapa, o juiz costuma já fixar um prazo para a apresentação
das alegações finais das partes –último passo antes da sentença.
No caso do tríplex de Guarujá (SP), a sentença de Moro, que condenou Lula a 9,5 anos de prisão em julho, saiu dois meses após o depoimento do petista à Justiça.
A
ação sobre o Instituto Lula inclui a acusação de que o ex-presidente
usou dinheiro de propina da Odebrecht para comprar o apartamento vizinho
ao que mora, em São Bernardo do Campo (SP). Para o Ministério Público, o
imóvel foi adquirido por um laranja, Glaucos da Costamarques, que mais
adiante não cobrou aluguel do ex-presidente pelo uso da unidade. O
suposto laranja disse que só passou a receber pela locação em 2015.
RECIBOS
Após
ser cobrado publicamente por Moro em setembro, Lula apresentou um
conjunto de recibos de locação assinados por Costamarques. O Ministério
Público, porém, levantou suspeitas sobre essa prova e abriu um
procedimento paralelo à ação penal, chamado de incidente de falsidade
criminal.