Odebrecht acredita ter antídotos para barrar interferência de Marcelo nos negócios do grupo
Vários fatores fazem a Odebrecht confiar
nos antídotos criados para frustrar eventuais investidas de seu
ex-presidente, Marcelo, para voltar a interferir nos negócios do grupo.
Ainda que agora cumpra pena em casa,
a colaboração premiada o proíbe de retornar às empresas. Seu pai,
Emilio, deixará a presidência do conselho de administração e anunciou
que ninguém da família poderá ocupar o cargo. Além disso, monitores externos que vigiam a empreiteira estão de olho nele.
Contratados pelo Departamento de Justiça
dos EUA e pelo Ministério Público Federal, os advogados que fiscalizam a
Odebrecht têm dedicado atenção especial ao comportamento dos delatores e
aos mecanismos criados para mantê-los longe do grupo.
Em dezembro, os monitores apresentaram a
autoridades do Brasil e dos EUA seu primeiro relatório, com análises
sobre riscos existentes e recomendações para aperfeiçoamento de
controles internos. O próximo relatório sai em 2018.
Para quem conhece a Odebrecht por dentro, o que mais inibe Marcelo é a falta de amigos. Antigos aliados foram afastados do grupo. Muitos sentiram-se traídos por ele ao serem envolvidos nas negociações do acordo de delação. (Panel – Daniela Lima - Folha de S.Paulo)