Foto: Fernando Frazão / Agência Brasil
O juiz federal Marcelo Bretas, responsável pelos processos da
Operação Lava Jato no Rio de Janeiro, afirmou que teme alguma "manobra"
de políticos ainda neste ano contra o combate à corrupção no País. Sem
citar especificamente sobre qual tentativa estava se referindo, Bretas
afirmou que políticos podem aprovar alguma lei "entre um Jingle Bells e
uma rabanada". "Nós estamos nos aproximando agora do final do ano. É
possível que entre o dia 25, entre um Jingle Bells e uma rabanada,
aprove-se alguma lei", afirmou o magistrado em entrevista ao jornalista
Pedro Bial, da TV Globo, exibida na madrugada desta quarta-feira (13).
Para o juiz, o senso de autopreservação dos políticos coloca o País sob o
risco de se aprovar leis para impedir o avanço de investigações. Mais
uma vez, Bretas disse ser contra o foro privilegiado. Durante a
entrevista, o magistrado reforçou que seu trabalho está pautado na
análise técnica dos processos, e não em inclinação política. "Às vezes
se diz que o Judiciário está perseguindo os políticos, isso não é
verdade. Nós não perseguimos, mas também não protegemos." Responsável
pela ordem de prisão do ex-governador do Rio Sérgio Cabral (PMDB) e por
duas das sentenças que, no total, condenaram o político a seis décadas
de pena, Bretas destacou ainda que "juiz não é político" e que não tem
nenhuma aspiração na vida política.