Josias de Souza
Reunido com a bancada de deputados e
senadores do PT, Lula deu um aviso e alguns conselhos à tropa. “Vou
brigar até as últimas consequências”, avisou, a propósito do julgamento
que pode torná-lo inelegível em janeiro. “Sei que o objetivo é tentar
evitar que o PT volte ao governo”, declarou, antes de aconselhar:
“Nesse momento, acho que só temos uma
saída: enfrentar a situação de cabeça erguida, com muita coragem. Nós
temos que utilizar a tribuna todo dia. O cara chamou a gente de ladrão,
tem que responder na hora. Não tem que deixar para depois. Não adianta o
cara xingar a gente e depois chamar de Vossa Excelência. Vossa
Excelência é a puta que o pariu! Com bandido não tem meia conversa.”
Lula insinuou que a reação é uma questão
de sobrevivência. “Quem achar que vai sobreviver ficanco quieto e
dizendo ‘eu não tô aí, eu não tenho nada a ver com isso’, quem pensar
assim pode ficar certo que não vai sobreviver. Só tem um jeito de
sobreviver. É vocês levantarem a cebeça.”
Abstendo-se de recordar que o PMDB
entrou no Planalto porque ele enfiou Michel Temer dentro da chapa da
pupila Dilma Rousseff, Lula emendou: “Com todos os defeitos individuais
que a gente pode ter, nós somos infinitamente melhores do que essa turma
que está governado o país hoje. É só olhar para a cara deles e olhar
para a cara dos nossos.”