Blog do Kennedy
Publicamente,
os tucanos não querem demonstrar que temem Lula. Daí dizerem que
preferem ganhar do petista na eleição do que vê-lo retirado do páreo
pela Justiça. FHC afirmou que preferia derrotar Lula nas urnas. Alckmin
foi na mesma linha.
Pode
ser apenas um discurso da boca pra fora, mas, com essas manifestações
públicas, os tucanos vão legitimando a candidatura do ex-presidente. Na
prática, FHC e Alckmin reconheceram o direito de Lula disputar a
Presidência.
Se
até tucanos admitem que seria melhor Lula disputar, uma eventual
exclusão do petista da eleição pela Justiça tenderá a transformar o
ex-presidente em vítima e poderá aumentar o potencial de transferência
de voto dele para outro candidato do campo da esquerda.
Alckmin
também fez um aceno para o presidente Michel Temer e partidos da atual
base do governo, dizendo que a atual administração realiza reformas
importantes. Esse é outro campo minado para Alckmin.
Se
se aproximar demais do governo, poderá fazer uma aliança com partidos
que apoiam Temer e, assim, obter mais tempo de propaganda eleitoral e
formar palanques mais fortes nos Estados. Porém, poderá se contaminar
com a impopularidade da atual gestão.
Adversários
vão carimbar Alckmin como candidato governista, porque o PSDB apoiou o
impeachment e deu suporte ao governo Temer. É uma fantasia o
ex-governador Alberto Goldman, que presidiu o partido interinamente,
dizer que o PSDB não entrou no governo Temer e que, na realidade, ainda
estaríamos na gestão Dilma porque o atual presidente era vice da
petista.
O
senador Aécio Neves, que saiu vaiado da convenção pela porta dos
fundos, lembrou que o PSDB condicionou o apoio ao governo Temer à adoção
de uma agenda de reformas que hoje parte da bancada tucana não que
votar, como as mudanças na Previdência. Logo, não será fácil para
Alckmin estar colado nem descolado do governo Temer.