terça-feira, 12 de dezembro de 2017

Ataques tucanos a Lula legitimam a sua candidatura



Blog do Kennedy
Publicamente, os tucanos não querem demonstrar que temem Lula. Daí dizerem que preferem ganhar do petista na eleição do que vê-lo retirado do páreo pela Justiça. FHC afirmou que preferia derrotar Lula nas urnas. Alckmin foi na mesma linha.
Pode ser apenas um discurso da boca pra fora, mas, com essas manifestações públicas, os tucanos vão legitimando a candidatura do ex-presidente. Na prática, FHC e Alckmin reconheceram o direito de Lula disputar a Presidência.
Se até tucanos admitem que seria melhor Lula disputar, uma eventual exclusão do petista da eleição pela Justiça tenderá a transformar o ex-presidente em vítima e poderá aumentar o potencial de transferência de voto dele para outro candidato do campo da esquerda.
Alckmin também fez um aceno para o presidente Michel Temer e partidos da atual base do governo, dizendo que a atual administração realiza reformas importantes. Esse é outro campo minado para Alckmin.
Se se aproximar demais do governo, poderá fazer uma aliança com partidos que apoiam Temer e, assim, obter mais tempo de propaganda eleitoral e formar palanques mais fortes nos Estados. Porém, poderá se contaminar com a impopularidade da atual gestão.
Adversários vão carimbar Alckmin como candidato governista, porque o PSDB apoiou o impeachment e deu suporte ao governo Temer. É uma fantasia o ex-governador Alberto Goldman, que presidiu o partido interinamente, dizer que o PSDB não entrou no governo Temer e que, na realidade, ainda estaríamos na gestão Dilma porque o atual presidente era vice da petista.
O senador Aécio Neves, que saiu vaiado da convenção pela porta dos fundos, lembrou que o PSDB condicionou o apoio ao governo Temer à adoção de uma agenda de reformas que hoje parte da bancada tucana não que votar, como as mudanças na Previdência. Logo, não será fácil para Alckmin estar colado nem descolado do governo Temer.