Indicado ao cargo com apoio da cúpula do PMDB, o novo diretor-geral da Polícia Federal, Fernando Segóvia,
afirmou nesta sexta-feira (10) que a corrupção no Brasil é "sistêmica" e
que vai ampliar as operações conduzidas pela corporação, inclusive a
Lava Jato.
"O
que a PF pretende é ampliar, aumentar o combate à corrupção. Então não
será só uma ampliação, uma melhoria na Lava Jato, será em todas as
operações que a PF já vem empreendendo. Bem como ampliar, criar novas
operações", disse Segóvia durante cerimônia para assinatura de seu termo
de posse.
"Pode
ter uma única certeza: a corrupção nesse país é sistêmica, mas existe a
Polícia Federal, o Ministério Público Federal e vários outros órgãos
que a combatem e nós pretendemos continuar cada vez mais fortes nesse
combate", completou.
Com aval
do ex-presidente José Sarney e do ministro da Casa Civil, Eliseu
Padilha, ambos do PMDB e alvos de delações no âmbito da Lava Jato, o
novo chefe da PF admitiu que terá que atuar politicamente enquanto
estiver no posto.
"A
política, na realidade, faz parte da vida do ser humano, então como
diretor-geral eu tenho que realmente trabalhar politicamente com vários
órgãos, várias instituições, o que não quer dizer que a gente não
combata os crimes, que são cometidos por pessoas", disse Segóvia.
A
escolha de seu nome foi estratégia para o núcleo do governo do
presidente Michel Temer, que desejava mudanças na condução das
investigações da Lava Jato. Desde maio, com a delação de executivos da
JBS, as apurações avançaram sobre o coração do Palácio do Planalto.