Foto: Marcelo Camargo / Agência Brasil
O ministro do Trabalho, Ronaldo Nogueira, acredita que mais de
três mil sindicatos deixarão de existir, com o fim da contribuição
sindical obrigatória. A taxa era cobrada no valor de um dia de salário
de cada trabalhador, até a vigência da nova lei trabalhista. Em
entrevista ao G1, Nogueira disse que atualmente há cerca de 16,8 mil
sindicatos no Brasil, dos quais 5,1 mil são patronais. "Eu acredito que
deverá reduir em 30% dos 11,3 mil sindicatos [dos trabalhadores]. (...) A
grade realidade é que o movimento sindical no Brasil vai ter de olhar
para dentro e vai ter de se reconstituir no sentido de voltar a ter
representação sindical por categoria", avaliou o ministro. Segundo ele,
os sindicatos que tendem a desaparecer são aqueles que não realizaram
nos últimos três anos qualquer acordo coletivo. Durante a entrevista,
Nogueira informou que sua proposta é que os trabalhadores, reunidos em
assembleia, possam fixar um valor de contribuição para subsidiar as
despesas dos sindicatos nas ações para fechar acordos com as empresas,
mas nem mesmo esta contribuição seria obrigatória. O ministro disse
ainda que não haverá perdas de direitos essenciais e constitucionais dos
trabalhadores, já que foram mantidos FGTS, seguro-desemprego, salário
mínimo, piso salarial, férias de 30 dias, repouso semanal remunerado,
13º salário, aviso prévio proporcional ao tempo de serviço, licença
maternidade e horas extras. "Tudo está mantido. A melhor síntese da
reforma foi dada pelo presidente Michel Temer, quando afirmou: nenhum
direito a menos, muitos empregos a mais", argumentou.