Foto: Ricardo Stuckert / Instituto Lula
O PT e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva estudam lançar
uma chapa para as eleições de 2018 em São Paulo com o ex-prefeito
Fernando Haddad e o vereador Eduardo Suplicy na disputa pelo Senado. A
proposta foi apresentada por Lula e pelo presidente do diretório
estadual do PT de São Paulo, Luiz Marinho, pré-candidato a governador,
em reuniões com Haddad e Suplicy na quinta e sexta-feira,
respectivamente, na sede do Instituto Lula. Suplicy gostou. "Ponderei
que isso significaria uma força muito grande para o PT, para a
candidatura de Lula em São Paulo e para o candidato a governador",
disse. Já o ex-prefeito, segundo relatos, apontou as dificuldades da
proposta. "Falei com o Fernando Haddad hoje (sexta-feira) e ele avaliou
que se a Marta (Suplicy, PMDB) for candidata as pessoas podem votar em
mim e nela do mesmo jeito que muitos podem votar nele e em outro
candidato e é capaz de nós dois perdermos", afirmou Suplicy. Encaixar os
dois principais líderes do partido em São Paulo na chapa para 2018 tem
sido uma das maiores dificuldades de Lula e do PT estadual. A chapa
idealizada teria Marinho para governador, Haddad ou Suplicy concorrendo
ao Senado e um dos dois na disputa pela Câmara. Ambos são vistos como
puxadores de votos em potencial, capazes de ajudar a eleger candidatos
do PT a deputado. Mas nem o vereador nem o ex-prefeito aceitam se
candidatar à Câmara. Suplicy chegou a dizer a Lula e Marinho que se não
for candidato ao Senado prefere terminar o mandato de vereador, para o
qual foi eleito com mais de 500 mil votos, um recorde na cidade. Já
Haddad tem evitado o confronto. O ex-prefeito se comprometeu a apoiar a
pré-candidatura de Marinho que, em troca, ofereceu a vaga ao Senado, mas
Haddad respondeu que só aceita se houver acordo com Suplicy. Lideranças
do PT-SP não descartam a possibilidade de Haddad entrar na disputa pelo
governo caso a candidatura de Marinho não decole. Num ato como
pré-candidato do PT à Presidência, Lula disse ontem, em Diadema (SP),
que "salário não é renda" e, portanto, o "povo" não deve pagar Imposto
de Renda sobre seus vencimentos. Para o petista, a tributação deve
recair sobre os "ricos". "Salário não é renda, portanto o povo não tem
que pagar Imposto de Renda sobre salário. Quem tem que pagar Imposto de
Renda é rico", afirmou o ex-presidente, sem dar detalhes. Lula fez
comentário imediatamente depois de prometer revogar feitos da gestão
Michel Temer como a mudança do modelo de concessão do pré-sal. "Eu vou
voltar e se eu ganhar a gente vai revogar tudo isso", disse. Lula
participou de um ato em comemoração aos 35 anos da vitória do PT na
eleição para a prefeitura da Diadema, em 1982, quando o partido tinha
apenas um ano de existência e ocupou pela primeira vez a chefia de um
Executivo.