Foto: Reprodução/ G1
O ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) negou ter recebido dinheiro
do empresário Joesley Batista para não fazer delação e afirmou que a
suposta compra do seu silêncio foi "forjada para derrubar o mandato do
presidente Michel Temer". A fala de Cunha foi em resposta a uma pergunta
do juiz Vallisney de Souza Oliveira, da 10ª Vara Federal em Brasília,
no âmbito dos interrogatórios da ação penal derivada da Operação Sépsis.
"Deram uma forjada e Joesley foi cúmplice e agora está pagando o preço
por isso", afirmou Cunha. A suposta compra do silêncio de Cunha apareceu
pela primeira vez após divulgação do áudio da conversa gravada entre
Temer e Joesley no Palácio do Jaburu. Em seu acordo de colaboração,
Batista disse ter efetuado pagamentos para Cunha e seu operador, Lúcio
Bolonha Funaro, com o objetivo de manter os dois em silêncio na prisão. A
informação embasou a abertura de investigação e posterior oferecimento
de denúncia contra Temer pelo ex-procurador-geral da República Rodrigo
Janot. Ainda em seu depoimento, Cunha afirmou ter participado de um
encontro entre Joesley Batista e Michel Temer realizado em 2012. A
revelação de Cunha sobre a reunião foi no momento em que o juiz
Vallisney de Souza elencava perguntas sobre possíveis irregularidades no
aporte do FI-FGTS na empresa Eldorado Celulose, do grupo J&F.