Foto: Alberto Maraux/ SSP-BA
O secretário de Segurança Pública da Bahia, Maurício
Barbosa, rebateu nesta terça-feira (31) as críticas feitas pelo
coordenador do Observatório de Segurança Pública da Bahia, Paulo
Apolinário da Silva, sobre as políticas implementadas pela pasta na
área. Na visão do professor, a má gestão delas explica o fato de o
estado ter tido o maior número absoluto de crimes intencionais em 2016,
como apontou o Anuário Brasileiro da Segurança Pública (entenda aqui).
Segundo Barbosa, nenhum outro governo investiu tanto no setor como os
petistas. “Só em viaturas nos últimos cinco anos nós tivemos R$ 350
milhões investidos. Em equipamentos de proteção individual - ou seja,
coletes, algemas, armamento, munição - foram R$ 116 milhões. Só em
perícia e inteligência nós tivemos R$ 70 milhões”, enumerou, em
entrevista ao Bahia Notícias. O secretário também contestou uma
declaração do professor, que apontou que a pasta tem gasto apenas com
“construção de edifícios”. “Eu quero saber qual é o prédio a que ele
está se referindo. Este prédio aqui [Centro de Operações Dois de Julho]
simboliza integração. Eu tenho todas as polícias trabalhando de forma
integrada, coisa que não existia. Eu tenho comunicação, acesso a
informação de câmeras, radares de identificação de placas de veículos”,
rebateu. "Eu quero que o especialista, antes de falar, eu acho que ele
está querendo mais passar suas próprias impressões para vender algum
tipo de serviço, do que efetivamente ilustrar. Porque em nenhum momento
ele veio aqui para pegar quais foram os resultados. Eu estou entrando no
sexto ano sucessivo de redução de homicídios na capital. Esses dados
não são questionáveis", bradou. Maurício Barbosa também disse que as
críticas feitas por Silva em relação ao setor de inteligência da SSP não
têm “base técnica”. "Pergunte aqui a quem trabalha com inteligência
quantas chacinas já não foram evitadas. O quanto a prisão de um líder de
uma facção criminosa não significa uma redução de criminalidade. A
Patamo [Companhia de Patrulhamento Tático Móvel] existe hoje para
trabalhar atrelada ao serviço de inteligência para ocupação de áreas
críticas. Como ele pode dizer que a informação não chega na ponta, que
não tem resultado? Inteligência não é você anunciar todas as informações
que você tem em fontes abertas. Isso não é inteligência. Qual é o
trabalho que a inteligência vai fazer se todo mundo souber de tudo?”,
questionou. Apesar de ele ter discordado em grande parte dos argumentos
do professor, em algo houve consenso: Barbosa admitiu que há uma grande
dificuldade em combater o chamado “microtráfico”, quando as organizações
criminosas se pulverizam, se proliferando pelo estado. O fenômeno é
visto na Bahia. “Se eu tenho em São Paulo um monopólio do tráfico, é
diferente de eu ter aqui 20 facções brigando para assumir o controle do
tráfico em um bairro", afirmou.