Do G1
Os ex-governadores do Estado do Rio de Janeiro Anthony Garotinho e
Rosinha Matheus foram presos na manhã de hoje. Segundo um agente da
Polícia Federal, a prisão tem relação com a delação do Ricardo Saud, da
JBS.
Em depoimento, Ricardo Saud diz que fez os pagamentos para o PR em
troca do apoio do partido à chapa Dilma-Temer, em 2014. Segundo o
empresário, o contato era feito com o senador Antônio Carlos e o repasse
para a sigla foi de R$ 36 milhões entre doação oficial dissimulada, uso
de notas fiscais frias e propina paga em espécie. De acordo com Saud,
ele se encontrou com o senador ou com emissários 'não menos que 10
vezes' em locais marcados ou na própria sede da JBS, em São Paulo.
A Justiça Eleitoral de Campos informou que a investigação trata de
corrupção passiva, extorsão qualificada com uso de arma de fogo, crimes
eleitorais, falsidade eleitoral, crime de caixa dois e organização
criminosa, envolvendo extorsão de empresários junto à prefeitura de
Campos, e que Garotinho e Rosinha foram alvos de mandados de prisão
preventiva.
O ex-governador já tinha sido preso na Operação Chequinho da Polícia
Federal, que investiga um esquema de troca de votos envolvendo o
programa social Cheque Cidadão, na eleição municipal do ano passado.
Rosinha foi levada para a sede da Polícia Federal em Campos dos
Goytacazes, no Norte Fluminense. Garotinho estava no apartamento dele no
Flamengo, na Zona Sul do Rio de Janeiro, quando foi detido. A polícia
ainda não informou se ele vai ser levado para Campos ou se a
ex-governadora Rosinha vem para o Rio.
Suledil Bernardio, que foi secretário de Governo da Prefeitura de
Campos durante a gestão de Rosinha, também é alvo da operação. Os
agentes fizeram buscas na casa do ex-secretário e ele foi levado para a
sede da polícia federal na cidade
A defesa dos ex-governadores Anthony Garotinho e Rosinha Garotinho
informa que só se pronunciará quando tiver acesso aos documentos que
embasaram os mandados de prisão, o que ainda não aconteceu.
A assessoria de imprensa de Garotinho afirmou que nem ele nem nenhum
dos acusados cometeu crime algum e, conforme disse nesta terça (21) no
seu programa de rádio, foi alertado por um agente penitenciário a
respeito de uma reunião entre Sérgio Cabral e Jorge Picciani, durante a
primeira prisão do deputado em Benfica. "Na ocasião, o presidente da
Alerj teria afirmado que iria dar um tiro na cara de Garotinho. Agora, a
ordem de prisão do juiz Glaucenir é para que Garotinho vá com sua
esposa para Benfica, justamente onde estão os presos da Lava Jato. Cabe
frisar que essa a operação à qual Garotinho e Rosinha respondem não tem
relação alguma com a Lava Jato.”, diz a nota.