A vazão liberada pelos reservatórios de
Sobradinho, na Bahia, e Xingó, entre os estados de Alagoas e Sergipe, é
de 550 metros cúbicos por segundo (m³/s), desde a última segunda-feira. A
informação foi confirmada durante a reunião promovida pela Agência
Nacional de Águas (ANA) esta semana, em Brasília (DF), e transmitida
para os estados inseridos na bacia do rio São Francisco por
videoconferência. Esse patamar será mantido até o final do mês de abril
de 2018, conforme adiantou o superintendente da agência federal, Joaquim
Gondim. A vazão reduzida é o resultado da forte estiagem que atinge a
bacia do chamado rio da integração nacional desde 2013.
Para reverter a situação, ou pelo menos
reduzir seus efeitos, somente com o registro de um volume grande de
chuvas na cabeceira do rio, em Minas Gerais. Entretanto, apesar de ter
iniciado o chamado período úmido na bacia, quando acontecem as chuvas,
os índices ainda são insatisfatórios. Durante a reunião, o setor
elétrico revelou que todos os estudos apontam para um índice de
precipitação no limite mínimo ou até mesmo abaixo da média esperada para
o período. “Com isso, o trecho mais crítico será entre Três Marias, em
Minas Gerais, e Sobradinho, na Bahia”, destacou Joaquim Gondim.
E mesmo que os estudos estejam errados e
haja um volume considerável de água em janeiro do próximo ano, a
tendência é que os reservatórios permaneçam com a liberação mínima do
líquido, a fim de preservar o volume útil dos próprios reservatórios,
além da usina de Itaparica, entre Bahia e Pernambuco.
Ainda na reunião desta segunda-feira, a
equipe técnica da companhia de abastecimento de Sergipe (Deso) confirmou
a instalação do conjunto de motobombas para captar água que irá
abastecer a população sergipana. O equipamento, cedido pelo governo de
São Paulo, tem condições de proporcionar a retirada de até 4 m³/s, um
volume acima do que se retira atualmente pela empresa. Os equipamentos
estão em fase de testes e deverá entrar em operação em até duas semanas.
A reunião que discute os impactos
hidrológicos na bacia do São Francisco acontece semanalmente, todas as
segundas-feiras e atende a um pleito apresentado pelo Comitê da Bacia
Hidrográfica do Rio São Francisco (CBHSF). O encontro acontece na sede
da ANA, na capital federal, e é transmitida para todos os estados
inseridos na bacia hidrográfica.
Ascom CBHSF