Investigado em Portugal, o
ex-ministro José Dirceu recebeu quase 1 milhão de euros de três empresas
de telefonia para viabilizar negócio no governo petista
VEJA – Rodrigo Ragel
O inferno de José Dirceu,
tal como os pecados, parece não ter fim. Condenado no escândalo do
mensalão a sete anos de cadeia, o ex-todo-poderoso ministro de Luiz
Inácio Lula da Silva acabou pilhado também no petrolão, como
destinatário de propinas pagas por empresas que o contratavam como
“consultor” para ampliar seus negócios na Petrobras e em outras áreas do governo.
Houve, como se sabe, uma confluência de
escândalos: parte da propina do petrolão foi paga enquanto Dirceu
cumpria pena no mensalão. Em casa, usando tornozeleira eletrônica e
recorrendo de mais duas condenações que passam dos trinta anos, o
ex-ministro continua a ter negócios descobertos — agora, além-mar.
O achado mais recente vem da Operação Marquês,
a Lava Jato de Portugal. Lá, Dirceu apareceu como beneficiário de
pagamentos em troca de usar seu poder para destravar um dos negócios
mais rumorosos da era petista: a entrada da Portugal Telecom na
sociedade da brasileira Oi.