segunda-feira, 2 de outubro de 2017

Le Monde: Brasil sob ameaça de novo golpe de Estado


Diante da crise que o país atravessa, general fala de "possível intervenção militar"
Matéria publicada nesta segunda-feira (2) pelo jornal francês Le Monde relata que diante da crise que atravessa o país, um general falou de "possível intervenção militar", sem ser refratado pela hierarquia, despertando espanto nas redes sociais.
Segundo a reportagem, após quase uma hora de conversa, o general de repente tomou um tom categórico. "Se for preciso, acontecerá". 
Monde destaca: "Meio século após o golpe militar de 1964 no Brasil, Antonio Hamilton Martins Mourao, um oficial do exército, falou de uma possível" intervenção militar para remediar a crise ética e politica-institucional "do país.
"Ou as instituições resolvem o problema político, pela ação do judiciário, levando todos esses elementos envolvidos em atos ilegais para fora da vida pública, ou teremos de impor [a solução]", explica ele, um evento organizado pelo movimento maçônico, em Brasília, e em seguida foi aplaudido, descreve o diário.
Le Monde ressalta que em um país onde as feridas da ditadura militar (1964-1985) com sua parcela de tortura, assassinato e prisão arbitrária quase não estão fechadas, um vídeo logo se espalhou pelas redes sociais, causando pânico.
O general já havia sido repreendido por sua irreverência em relação ao Estado. Em 2015, ele foi demitido de suas responsabilidades depois de criticar Dilma Rousseff pedindo o "despertar da luta patriótica". O exército não interfere na política, lembrou-lhe seu superior, de acordo com Le Monde.

Clima de ansiedade apreende país
Dois anos depois, a saída "séria" do general, aos olhos do senador Lindbergh Faria, do Partido dos Trabalhadores (PT, à esquerda), já não vale sanções. Nada, nem mesmo uma reestruturação de sua equipe.
"Punição, não haverá", disse Eduardo Villas Boas, chefe do exército, em uma entrevista transmitida pela TV, descrevendo o Mourão como um "grande soldado". 
"Uma figura fantástica", acrescentou o seu superior, enquanto o ministro da Justiça, Raul Jugmann, prometeu chamar a ateção o general Mourao.