Diante da crise que o país atravessa, general fala de "possível intervenção militar"
Matéria
publicada nesta segunda-feira (2) pelo jornal francês Le Monde relata
que diante da crise que atravessa o país, um general falou de "possível
intervenção militar", sem ser refratado pela hierarquia, despertando
espanto nas redes sociais.
Segundo
a reportagem, após quase uma hora de conversa, o general de repente
tomou um tom categórico. "Se for preciso, acontecerá".
Monde
destaca: "Meio século após o golpe militar de 1964 no Brasil, Antonio
Hamilton Martins Mourao, um oficial do exército, falou de uma possível"
intervenção militar para remediar a crise ética e politica-institucional
"do país.
"Ou
as instituições resolvem o problema político, pela ação do judiciário,
levando todos esses elementos envolvidos em atos ilegais para fora da
vida pública, ou teremos de impor [a solução]", explica ele, um evento
organizado pelo movimento maçônico, em Brasília, e em seguida foi
aplaudido, descreve o diário.
Le
Monde ressalta que em um país onde as feridas da ditadura militar
(1964-1985) com sua parcela de tortura, assassinato e prisão arbitrária
quase não estão fechadas, um vídeo logo se espalhou pelas redes sociais,
causando pânico.
O
general já havia sido repreendido por sua irreverência em relação ao
Estado. Em 2015, ele foi demitido de suas responsabilidades depois de
criticar Dilma Rousseff pedindo o "despertar da luta patriótica". O
exército não interfere na política, lembrou-lhe seu superior, de acordo
com Le Monde.
Clima de ansiedade apreende país
Dois
anos depois, a saída "séria" do general, aos olhos do senador Lindbergh
Faria, do Partido dos Trabalhadores (PT, à esquerda), já não vale
sanções. Nada, nem mesmo uma reestruturação de sua equipe.
"Punição,
não haverá", disse Eduardo Villas Boas, chefe do exército, em uma
entrevista transmitida pela TV, descrevendo o Mourão como um "grande
soldado".
"Uma
figura fantástica", acrescentou o seu superior, enquanto o ministro da
Justiça, Raul Jugmann, prometeu chamar a ateção o general Mourao.