Foto: José Cruz/EBC
A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, enviou
manifestação para o Supremo Tribunal Federal (STF) na qual defende o
desmembramento das investigações relacionadas ao ex-ministro Geddel
Vieira Lima no caso do "bunker" que guardava o equivalente a R$ 51
milhões. Se o relator do caso, ministro Edson Fachin, decidir na linha
apresentada pela procuradora, a apuração sobre o ex-ministro e aliado do
presidente Michel Temer deve voltar à Justiça de primeira instância.
Geddel e o advogado Gustavo Ferraz foram presos no dia 8 de setembro na
Operação Tesouro Perdido, quando o dinheiro foi achado em um apartamento
em Salvador. Cinco dias depois, o juiz Vallisney Oliveira, da 10ª Vara
da Justiça Federal em Brasília, remeteu as investigações ao Supremo ao
identificar a menção ao deputado Lúcio Vieira Lima - o único dos três
que tem foro privilegiado. Segundo depoimentos colhidos pela PF, o
apartamento onde foram encontradas as malas com dinheiro foi emprestado a
Lúcio. A manifestação de Raquel é mantida em sigilo e será analisada
por Fachin, que recebeu o parecer anteontem. Na primeira instância, a
tendência é de que as investigações tenham desfecho mais rápido do que
no STF - tanto pelo procedimento célere em relação à Corte como pelo
fato de que os investigadores no primeiro grau já conduziam o caso. O
Ministério Público Federal (MPF) aguarda a decisão para oferecer
provável denúncia contra os envolvidos. As defesas também esperam o
desmembramento para discutir a estratégia a ser tomada - como eventuais
negociações de delação.