Folha de S.Paulo - Painel
A
defesa dos irmãos Joesley e Wesley Batista lançou mão de nova
estratégia para tentar revogar a ordem de prisão que pesa contra ambos.
Ofereceu ao juiz da causa que apura a acusação de insider trading a
caução dos valores citados pelo MPF como lucro indevido, obtido com o
uso de informação privilegiada. O depósito seria feito em troca da
suspensão da detenção. A investigação aponta que o grupo ganhou US$ 100
milhões no mercado após o estouro da delação da J&F.
Os
Batistas continuam alegando que não cometeram crime, mas apontam a
apresentação dos valores como uma garantia de que cumprirão qualquer
decisão judicial de reparação e de que continuarão a contribuir com as
apurações. O juiz enviou o pedido ao Ministério Público Federal.
A
sofisticação da mesa de operações de mercado da J&F chamou a
atenção dos investigadores que apuram se Joesley e Wesley cometeram o
crime. Eles dispunham de estrutura comparável à de empresas
especializadas do ramo.
Os
policiais chegaram a tirar fotos do equipamento para anexar aos
relatórios do caso. Os Batistas operavam pesadamente no mercado de ações
e câmbio. Fizeram transações com valores muito superiores aos
investigados agora.