Presidente foi convencido por interlocutores de que nota oficial emitida na quinta-feira era suficiente
O Estado de S. Paulo - Tânia Monteiro
Depois
de discussões internas entre integrantes de sua equipe, o presidente
Michel Temer bateu o martelo e avisou que não fará pronunciamento neste
sábado, 16, sobre a segunda denúncia contra ele. Na quinta-feira, 14, o
procurador-geral da República, Rodrigo Janot, antes de deixar o cargo,
denunciou Temer por formação de organização criminosa e obstrução de
justiça.
Na
equipe do Palácio do Planalto, auxiliares defendiam que o presidente
fizesse um pronunciamento. Temer, que estava em dúvida se devia ou não
se manifestar, ouviu inúmeros interlocutores e foi convencido de que a
nota divulgada na quinta-feira, na qual afirmava que a segunda denúncia é
"recheada de absurdos", "falta de credibilidade" e "realismo fantástico
em estado puro", era suficiente, pelo menos, neste momento.
Mesmo
assim, Temer decidiu seguir para o Palácio do Planalto na manhã deste
sábado para se reunir com o ministro das Relações Exteriores, Aloysio
Nunes, além de outros assessores. O presidente quer dar prosseguimento
aos preparativos para a viagem a Nova York, a partir de segunda-feira,
onde participará da cerimônia de abertura da Assembleia-Geral da ONU -
Organização das Nações Unidas. Mais cedo, Aloysio Nunes se reuniu no
Itamaraty com seus auxiliares para preparar os temas a serem tratados
por Temer durante a viagem.
Além
de rever o discurso que fará na ONU, o presidente quer discutir mais
profundamente os problemas decorrentes da crise da Venezuela na região,
que será o tema do jantar com o presidente dos Estados Unidos, Donald
Trump, e outros chefes de Estado na América Latina, na noite desta
segunda-feira.
A
comitiva presidencial prevista inclui além de Aloysio Nunes, os
ministros da Fazenda, Henrique Meirelles, da Casa Civil, Eliseu Padilha,
e da Secretaria-Geral da Presidência, Moreira Franco. Temer quer
acertar ainda as agendas bilaterais que serão realizadas durante a
viagem que incluirá reunião com o primeiro-ministro israelense, Binyamin
Netanyahu. Temer poderá se encontrar também com o presidente da França,
Emmanuel Macron, e com o primeiro-ministro da Itália, Matteo Renzi. As
agendas bilaterais, no entanto, ainda não estão totalmente fechadas.
(Colaborou Lorenna Rodrigues)