Do G1
O diretório do PT em Ribeirão Preto (SP) aprovou, hoje, a abertura de
um processo que pode resultar na expulsão do ex-ministro Antônio
Palocci da legenda.
Um dos acusados de formar uma organização criminosa com a cúpula do
partido em Brasília (DF) pela Procuradoria-Geral de Justiça na Operação
Lava Jato, ele será alvo de uma comissão de ética pelas declarações
feitas contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao juiz Sérgio
Moro.
No último dia 6, ele disse que Lula mantinha um “pacto de sangue” com
o empresário Emílio Odebrecht, o que incluía um pacote de R$ 300
milhões em propinas para o PT, além de agrados ao ex-presidente.
O parecer final do conselho de ética deve sair em até dois meses,
estima o presidente local do PT, Fernando Tremura. “Ele está tentando
salvar a pele dele, mas em contrapartida ameaça o nosso projeto. Temos
essas declarações como inverídicas”, diz.
Palocci fez toda sua trajetória política filiado ao diretório de
Ribeirão Preto, onde nasceu. Inscrito na legenda pelo município paulista
desde a fundação, em 1981, ele foi vereador, deputado estadual,
prefeito por duas vezes e deputado federal, antes de assumir o
Ministério da Fazenda no governo Lula e da Casa Civil, no primeiro
escalão de Dilma Rousseff.
Processo de desfiliação
O processo administrativo do PT foi aprovado nesta segunda-feira por
unanimidade entre os 9 membros votantes da Executiva local na reunião,
que contou com representantes locais e regionais da sigla.
Palocci responderá à comissão formada por seis integrantes, que deve avaliar em até dois meses a expulsão ou não do ex-ministro.
Nesse período, ele também terá a chance de apresentar sua defesa,
mesmo que à distância, afirma Tremura. “A comissão é autônoma, ela que
vai decidir se vai ser por uma carta precatória ou correspondência.
Depende como é o procedimento na Polícia Federal”.
O parecer final deve, então, ser submetido a votação na Executiva local do PT.