Folhapress - Bruno Boghossian
O
ex-ministro Geddel Vieira Lima, preso na penitenciária da Papuda, deve
pedir afastamento do PMDB nesta quarta-feira (13). A tendência é que a
solicitação seja aceita pela cúpula do partido em reunião da Executiva
nacional da sigla no mesmo dia. Geddel pedirá licença de suas funções
como primeiro-secretário da direção nacional do PMDB e da presidência
regional da legenda na Bahia.
A
solicitação foi costurada com dirigentes do partido, em uma tentativa
de isolar a crise aberta pela prisão do ex-ministro e amenizar a
contaminação do presidente Michel Temer pelo episódio. Trata-se de uma
decisão simbólica. Na prática, Geddel já não participa de nenhuma função
partidária desde que foi preso, na sexta-feira (8), depois que a
Polícia Federal encontrou um "bunker" em que estavam guardados R$ 51
milhões em dinheiro, atribuídos ao peemedebista.
Em
relatório, a PF afirma que parte desse valor tem relação com um esquema
de corrupção que beneficiou o grupo do PMDB da Câmara -em que são
investigados Temer, ministros e ex-deputados. Desde que o dinheiro
atribuído a Geddel foi encontrado, os principais integrantes do PMDB
evitaram defendê-lo e afirmam que ele deve responder sozinho às
acusações de que é alvo.
O
presidente peemedebista, senador Romero Jucá (RR), afirmou na semana
passada que cada filiado envolvido em denúncias tem que se explicar
individualmente. "A questão de qualquer denúncia sobre qualquer filiado
deve ser explicada pelo filiado. Não conheço a situação do ex-ministro
Geddel. Acho que quem tem que explicar é a Polícia Federal e,
eventualmente, se ele tiver algum tipo de relação, ele também deve
explicar", afirmou. Eliseu Padilha seguiu a mesma linha naquela ocasião.
"Nós temos questões que são pessoais, e que não cabe ao partido
responder. Penso que cada um responde pelos seus atos."