Do Painel – FSP
Rodrigo
Janot teve uma vitória diante das câmeras, na quarta-feira (13), quando
o Supremo rejeitou, por unanimidade, o pedido de Michel Temer para
declará-lo suspeito. No mesmo dia, porém, recebeu um recado duríssimo.
Presidente do STF, Cármen Lúcia chamou o subprocurador-geral, Nicolao
Dino, para uma conversa reservada. Disse a ele que o tribunal
considerava a atuação de Janot desastrada, avisou que o desconforto era
grande e que a corte havia cansado de sobressaltos.
A
Dino, Cármen Lúcia explicitou que havia forte rejeição no Supremo à
forma como Janot apresentou ao país o áudio que implodiu a delação de
Joesley Batista. Ela se referia ao fato de o procurador-geral ter dito
que o diálogo insinuava o envolvimento de um membro da corte em
ilicitudes.
No
dia anterior, terça (12), a presidente do STF esteve com Raquel Dodge,
sucessora de Janot no comando da PGR. Disse a ela que era preciso
recolocar a atuação das instituições em um “patamar republicano”.
A
ausência de Gilmar Mendes na sessão em que a suspeição de Janot foi
discutida está vinculada a esses movimentos. Cármen Lúcia pediu a ele
que não comparecesse. Queria evitar mais um episódio de forte embate.
Aos
colegas que estavam irritados com o procurador-geral, a presidente
garantiu que a questão de ordem que pode inutilizar provas da delação da
J&F não seria votada naquele dia.