O Globo
A Odebrecht Latinvest, subsidiária do grupo Odebrecht para concessões de infraestrutura na América Latina, anunciou nesta quinta-feira à noite que assinou acordo com um consórcio liderado pela China Three Gorges Corporation (CTG) para a venda da central hidrelétrica de Chaglla, a terceira maior do Peru, com potência instalada de 456 MW. Além da CTG, o consórcio comprador é formado pela Hubei Energy, Ace Investment Fund II LP (“ACE”) e CNIC Corporation Limited.
Segundo fontes do mercado, a transação envolveria algo em torno de US$ 1,03 bilhão, sendo que a maior parte dos recursos levantados devem destinar-se ao pagamento do bancos internacionais que financiaram a obra. Como só começou a gerar energia no início deste ano, a maior parte dos créditos estão em aberto.
"A hidrelétrica de Chaglla é administrada pela Empresa de Generación Huallaga S.A. (EGH), e a concessão será adquirida pela Huallaga Holding Company Limited, empresa criada pelo consórcio comprador conforme as leis da Região Administrativa Especial de Hong Kong e da República Popular da China", informou a Odebrecht em comunicado.
De acordo com a Odebrecht, a efetivação da operação está sujeita às condições usuais de fechamento, inclusive à aprovação pelo Ministério da Justiça do Peru, além da aprovação regulatória de entidades governamentais da China.
"Chaglla é uma obra emblemática da infraestrutura de energia peruana. Com altura superior a 200 metros, é uma das maiores barragens de rochedos com face de concreto do mundo. Sua capacidade de geração correspondente a cerca de 10% da capacidade hídrica total instalada e 4% da produção total de energia do país, informou a Odebrecht.
Com a venda da usina peruana, a Odebrecht já conseguiu levantar cerca de R$ 10 bilhões, dos R$ 12 bilhões previsto por seu plano de desinvestimentos. O grupo já havia vendido a Odebrecht Ambienta, para os canadenses da Brokfield, e um gasoduto, também no Peru.