Fachin tende a homologar rapidamente delação de Funaro
Celeridade permitiria a Janot usar fala de doleiro contra Temer
A tendência é que a homologação do acordo de delação premiada do doleiro Lúcio Funaro saia logo. O ministro do STF Edson Fachin e o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, têm jogado afinados na Lava Jato, com poucas discordâncias. A colaboração premiada do doleiro está em análise no Supremo Tribunal Federal.
Uma homologação rápida permitiria a Janot usar a delação de Funaro contra o presidente Michel Temer. Isso poderia dar mais força à nova denúncia que Janot prepara contra o peemedebista. O procurador-geral da República deixará o cargo em 17 de setembro, tem pressa e espera contar com a ajuda de Fachin.
O governo está preocupado com os números ruins das contas públicas. O resultado de julho foi o pior da série histórica para o mês, com deficit de R$ 20 bilhões. O rombo acumulado entre janeiro e julho está em R$ 76 bilhões. O acumulado nos últimos doze meses alcança quase R$ 184 bilhões.
Há integrantes do governo que temem que não seja possível cumprir a nova meta, que ainda precisa ser aprovada pelo Congresso. A meta fiscal deste ano passou de R$ 139 bilhões negativos para R$ 159 bilhões também negativos.
Na equipe econômica, há conversa sobre subir impostos. E o governo deve acrescentar mais bens públicos ao pacote privatização a fim de arrumar dinheiro para cobrir o rombo. A crise fiscal do país é grave.